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Medicina

Distúrbios da tireoide: como a glândula afeta sua saúde

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Responsável por produzir hormônios essenciais que regulam diversas funções do corpo, a tireoide pode enfrentar distúrbios que precisam ser compreendidos e tratados adequadamente.

Desse modo, conversamos com o médico endocrinologista, Dr. Thiago Fritzen. Ele explica que a tireoide é uma glândula do sistema endócrino do corpo, ludicamente, funciona como um motor do metabolismo.

“Ela recebe informações de hormônios necessários através da hipófise. A tireoide vai ser a fábrica dessa produção hormonal. É uma reguladora da parte metabólica e o funcionamento dela está nessa interação do meio externo e interno do nosso corpo”, salienta o médico.

O que é a tireoide e como ela funciona?

É uma glândula em formato de borboleta, situada na parte frontal do pescoço, logo abaixo da maçã de Adão.

Conforme cita o médico, essa glândula é responsável por diversas atividades no corpo. “Ela regula a quantidade de líquido, batimento cardíaco, funcionamento intestinal, memória, hidratação da pele, força de unhas e cabelos e outras coisas”, ressalta.

Entenda a relação entre tireoide e insônia

Embora seja pequena, seu impacto é enorme, pois qualquer alteração na sua produção hormonal pode acarretar disfunções no organismo.

Distúrbios da tireoide: compreendendo as disfunções

A glândula tireoide nem sempre funciona perfeitamente e quando ocorrem distúrbios, eles podem afetar significativamente a saúde. Nesse sentido, alguns deles são:

  • Hipotireoidismo: Nesse caso, a tireoide não produz hormônios suficientes para suprir as necessidades do corpo. Como ressalta Dr. Thiago, essa é uma tireoide “preguiçosa”, trabalhando mais lentamente.

“Então, ela deixa nosso organismo todo mais lento em todos os processos e isso está relacionado com os sintomas. São eles: cansaço, retenção de líquido, ganho de peso até 3kg, sonolência, desatenção, perdas de memória e até com a fala mais lenta, batimento mais lento, constipação, unhas quebradiças, queda de cabelo, edema, entre outros”, contou.

  • Hipertireoidismo: Ao contrário do hipotireoidismo, aqui a tireoide produz excesso de hormônios. Segundo o médico, é um quadro cheio de sintomas que estão relacionados com a alteração da produção de hormônios.

“É uma tireoide que está trabalhando além da sua necessidade e isso refle nos sintomas, que podem se sentir mais inquieta, ter perda de peso considerável, perda muscular, taquicardia com risco de arritmia cardíaca, hiper defecação, tremor fino de extremidades, desconforto ocular com o olho mais proeminente, edema ao redor dos olhos e mais”, ressaltou.

  • Nódulos tireoidianos: Segundo o endocrinologista, normalmente não dão sintomas, porém, podem ser visíveis. Em casos muito avançados eles podem causar desconforto para deglutir o alimento ou até para dormir, quando há uma sensação de sufocamento.

Fatores de risco e diagnóstico

Portanto, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver distúrbios da tireoide, incluindo histórico familiar, deficiência de iodo na dieta e idade avançada.

“Cada uma dessas patologias tem fatores de risco relacionados. O hipotiroidismo e o hipertireoidismo são causados principalmente por doenças autoimune, onde a pessoa já nasce com uma pré-disposição. Um anticorpo no sangue que faz com que a tireoide funcione de forma diferente e isso vai acabar causando as alterações” explica o médico.

Ainda, há uma pré-disposição no sexo feminino no desenvolvimento de nódulos tireoidianos, onde em 10 casos, 9 são em mulheres.

O diagnóstico geralmente envolve um exame físico, análises sanguíneas para medir os níveis hormonais da tireoide e, se necessário, exames de imagem, como ultrassonografia ou cintilografia.

Tratamentos e cuidados

O tratamento para os distúrbios da tireoide varia de acordo com o diagnóstico. No caso de hipotireoidismo, a reposição hormonal com medicamentos é frequentemente prescrita.

Já para o hipertireoidismo, podem ser utilizados medicamentos que diminuam a produção de hormônios ou, em alguns casos, tratamentos mais específicos.

Sobretudo, conforme salienta o endocrinologista, no caso de nódulos suspeitos, confirmados através de ultrassom, é feito uma punção ambulatorial do nódulo para determinar se é maligno ou não. Em caso positivo, realiza-se a cirurgia de retirada.

“É importante frisar que devem ser evitadas algumas orientações populares, não há nenhuma medição que repõe o iodo, tratamento com extrato de tireoide e outras coisas, pois não há comprovação cientifica. Os tratamentos de tiroide são muito claros e funcionam bem no geral”, alerta o médico.

Há medidas preventivas?

Antecipadamente, como explica o médico, não há medida preventiva pelo fato de não tem claramente nenhum fator que aumente os riscos da tireoide.

Além disso, Dr. Thiago enfatiza que ingerir iodo adequadamente é muito importante. “Conseguimos isso através do nosso sal de cozinha. Desde 1950 é obrigada a ser iodado, justamente para recebermos a quantidade necessária para que a tireoide consiga produzir os hormônios corretamente para fornecer ao corpo”.

Segundo o endocrinologista, é importante lembrar que os sais “diferentes” (como sal rosa do himalaia) não sejam uma ideia interessante porque não possuem iodo na sua formulação, ou não de forma controlada.

“Se a pessoa fizer a dieta baseada unicamente nisso e tiver uma pré-disposição, ela pode desencadear problema de tireoide por isso”, alerta.

A tireoide é uma glândula com um papel vital na manutenção do equilíbrio do organismo. Ao conhecer melhor essa pequena “borboleta” em nosso pescoço, podemos compreender como seus distúrbios podem afetar nossa saúde e qualidade de vida.

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