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Mundo Kids

Volta às aulas de forma presencial, será que precisamos ter pressa?

Por Renata Casali, Neuropsicopedagoga do Saberes Apoio Educacional.

Estamos prestes a completar 1 ano de limitações na interação social de nossas crianças, e percebo famílias, sem dúvida nenhuma com as melhores intenções, alegando não terem pressa com relação a volta às aulas de forma presencial.

Como educadora, neuropsicopedagoga e entusiasta dos temas que envolvem o desenvolvimento infantil, tenho o dever de me posicionar:

Sim, é preciso ter pressa para a volta às aulas de forma presencial! Entenda o motivo:

Em função da neuroplasticidade e da natureza do desenvolvimento infantil, existem períodos, chamados de janelas de oportunidade, em que as crianças aprendem melhor, mais rapidamente e de forma mais eficiente determinados temas. Este aprendizado, seja cognitivo, motor ou em habilidades socioemocionais, modifica o cérebro e o deixa preparado para os novos desafios que virão. Um ano de isolamento social já trouxe complicações catastróficas na saúde emocional e física de nossas crianças.

Houve um aumento significativo nos casos de gastrite infantil, obesidade e puberdade precoce entre outros problemas que acometem o bem estar físico. No campo cognitivo e emocional, os prejuízos são, por vezes, mais silenciosos, porém não menos graves e devem chamar a atenção de pais e gestores públicos.

A interação da criança com seus pares (crianças da mesma faixa etária) é fundamental para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais. Nossos pequenos, e aqui eu ressalto especialmente os pré-escolares e crianças em idade de alfabetização, sem rotina, sem interação social, sem a mediação presencial e insubstituível da professora, sem experimentar e explorar todos os seus sentidos em atividades pedagógicas planejadas, sofrerão, inevitavelmente, com lacunas importantes em seu aprendizado e desenvolvimento.

Assim, as famílias que têm pressa em assegurar o direito básico de seus filhos de frequentarem a escola, não estão sendo relapsas, não estão despreocupadas com as vidas de seus filhos e dos demais. Muito pelo contrário. As famílias que têm pressa pelo retorno presencial estão percebendo as consequências e estão ávidas por garantirem o pleno desenvolvimento e a melhor qualidade de vida de suas crianças,especialmente em tempos de pandemia…ou iremos manter nossos filhos em casa para sempre?

A pressa das famílias com relação ao retorno presencial, seguindo os protocolos de segurança, não me assusta. A passividade, e por vezes o contentamento, frente ao adiamento “infinito” deste retorno, sim!

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