Você já ouviu que não devemos comparar as crianças? De certa forma, principalmente no âmbito da saúde e no educacional é importante que os profissionais estejam atentos SIM às diferenças entre as crianças no que se refere ao desenvolvimento infantil para que notem qualquer sinal que requeira uma intervenção.
A neuropsicopedagoga – Renata Casali do Saberes Apoio Educacional explica que é fundamental que professores entendam o que caracteriza um desenvolvimento típico ou atípico. Isso permite que sinalizem para as famílias quando uma criança parece ter algum atraso. Mas qual é a importância deste alerta vindo da escola?
A literatura nos traz como Marcos do Desenvolvimento Infantil, as habilidades motoras, sociais/emocionais, cognitivas e de linguagem/comunicação que são esperadas para cada faixa etária, saiba mais aqui. São conquistas que a criança vai alcançando durante a vida, e que, de certa forma, são pré-requisitos para as suas habilidades futuras.
“Quando uma criança tem algum atraso nos Marcos do Desenvolvimento, isto deve ser percebido e investigado o quanto antes, para que os profissionais possam intervir e dar o suporte familiar necessário, oportunizando que a criança consiga minimizar ou superar problemas em seu desenvolvimento. Por outro lado, quando a intervenção não ocorre de maneira precoce, estes problemas não trabalhados surtirão deficiências em processos de aprendizagens da criança, dificultando e exigindo um esforço muito maior para que sejam superados”, explica Renata.
Algumas vezes, trata-se de um atraso por falta ou falha na estimulação, e assim que a criança recebe os estímulos necessários e adequados para seu perfil, avança em suas conquistas e desenvolve-se. Outras vezes, estes sinais podem indicar algum transtorno do Neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista, por exemplo. Neste caso, a investigação médica e avaliação multiprofissional são fundamentais para orientar o tratamento.
QUANDO ESTES ATRASOS INDICAM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA?
Renata explica que, conhecido como TEA, o Transtorno do Espectro Autista é um transtorno cujas características apresentam-se em uma díade, conhecida como a Díade do Autismo:
- alterações na comunicação e interação social,
- presença de comportamentos e interesses restritos e repetitivos.
A causa deste transtorno é multifatorial, engloba fatores genéticos, ambientais e idiopáticos. E, como o próprio nome diz, traz um espectro variado de alterações comportamentais.
Quando os atrasos nas aquisições esperadas para a idade, levantam a hipótese de algum transtorno, o médico neuropediatra frequentemente solicita uma avaliação multidisciplinar como complemento para sua avaliação médica. Neste caso, profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e neuropsicopedagogos contribuem de forma significativa para uma avaliação completa objetivando o diagnóstico diferencial.
“Neste sentido, o Saberes Apoio Educacional oferece avaliação dos Marcos do Desenvolvimento Infantil e considera fundamental a utilização de instrumentos, como testes de triagem do desenvolvimento, aliados ao olhar clínico na busca por indicativos que possam orientar intervenções resultando na melhora da qualidade de vida das crianças e suas famílias” – explica Renata.
INTERVENÇÃO PRECOCE
Está cientificamente comprovado que a intervenção deve ser preconizada assim que qualquer atraso for sinalizado. Fatores como neuroplasticidade, podas neurais e a existência dos períodos críticos (ou janelas de aprendizagem) nos mostram a importância da estimulação adequada para a faixa etária da criança.
A intervenção precoce baseada em ABA, Análise do Comportamento Aplicada, é considerada padrão-ouro para o TEA. Os registros diários, o caráter intensivo da intervenção e o acompanhamento dos resultados para redirecionamento dos treinamentos fazem desta ciência a que maior promove avanços no ensino de habilidades para pessoas com autismo, e, dão embasamento às intervenções do Saberes Apoio Educacional voltadas a este público.
“É preciso SIM comparar uma criança com as outras da mesma faixa etária. A comparação de uma criança com o GRUPO traz importantes evidências sobre o seu desenvolvimento e sobre como podemos intervir de forma eficiente garantindo avanços consistentes nas habilidades infantis. Vale ressaltar que quanto mais precoce for esta investigação e intervenção, melhores serão os resultados”.
>> Leia aqui sobre: Neurociência, o conhecimento por trás do verdadeiro aprendizado
Fique atento aos sinais de ALERTA para cada faixa etária e converse com seu pediatra se seu filho apresentar algum atraso.
Sinais de alerta para crianças aos 12 meses de idade:
- Não engatinha
- Não consegue ficar de pé com apoio
- Não procura objetos que viu você esconder
- Não fala palavras simples como “mama” ou “papa”
- Não aprende gestos como acenar ou balançar a cabeça
- Não aponta para objetos
- Perde habilidades que já teve
*fonte:Centers for Disease Control and Prevention
A neuropsicopedagoga Renata Casali é Mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação, Pós-Graduanda em Análise do Comportamento Aplicada ABA para TEA e Doutoranda em Medicina Translacional na Universidade Federal de São Paulo.
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