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Corpo e Mente

Pandemia da insônia: veja como lidar e preservar seu bem-estar

A denominação “pandemia da insônia” surgiu junto com a pandemia de corona vírus e se estende até hoje, quando mais de 70% da população brasileira sofre com alguma alteração do sono.

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A qualidade do sono desempenha um papel vital em nossa saúde física e mental. No entanto, muitas pessoas enfrentam desafios para adormecer e permanecer dormindo. A denominação “pandemia da insônia” surgiu junto com a pandemia de corona vírus e se estende até hoje, quando mais de 70% da população brasileira sofre com alguma alteração do sono.

A causa pode estar associada a situações de estresse psicológico, social ou clínico e a incidência desses sintomas aumenta com a idade, sendo mais comum em mulheres, divorciados, viúvos e pessoas com baixo nível socioeconômico e educacional. Jovens adultos frequentemente lutam para conciliar o sono, enquanto aqueles de meia-idade e idosos enfrentam dificuldades na manutenção do sono e despertares precoces.

Além disso, a insônia pode ser classificada como aguda (durando menos de 2-3 semanas) ou crônica (ocorrendo várias vezes ao ano por pelo menos 2 anos, com cada episódio durando no mínimo 3 dias). Mas você sabe ou imagina qual é o tempo de sono ideal?

Conversamos com o neurologista e médico do sono Dr. Gibran El Ammar e é ele quem explica que existem pequenos, médios e grandes dormidores, de modo que o tempo exato de sono não é uma verdade absoluta.

“Em média, de sete a oito horas de sono é o ideal. Lembro, porém, que horas de sono podem não significar, necessariamente, qualidade de sono, eis que várias doenças do sono podem estar acontecendo, muitas sem diagnóstico como, por exemplo, síndrome de apneia obstrutiva”, alerta.

Para detectá-la, o especialista ressalta que é preciso de acompanhamento psicológico para eventuais distúrbios relacionados a ansiedade e depressão. Em casos de suspeita de síndrome de apneia do sono, recomenda-se a realização de exame de polissonografia.

A falta de sono adequado também pode levar a problemas de saúde, como falta de concentração, fraqueza imunológica e até mesmo aumentar o risco de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.

Como a insônia afeta a produtividade

A falta de sono adequado pode levar à sonolência diurna, dificuldade de concentração e irritabilidade. Isso pode prejudicar significativamente o desempenho no trabalho e nas atividades diárias. A produtividade diminuída devido à insônia pode levar a erros no trabalho, acidentes e problemas de saúde a longo prazo.

“A insônia crônica reduz substancialmente a fase de sono REM, a qual está relacionada à fixação de memória. Paciente insones tem cansaço diurno, sonolência excessiva diurna, irritabilidade, ansiedade e, consequentemente, geralmente, um pior desempenho laboral”, acrescenta Dr. Gibran.

Qual a relação do sono e da ansiedade

A ansiedade e o sono estão intrinsecamente relacionados. Excessivamente, pode levar a pensamentos inquietantes, dificultando a adormecer. Por outro lado, a falta de sono pode aumentar a irritabilidade e a sensação de estar sobrecarregado, o que pode piorar a ansiedade.

“Sempre digo aos pacientes que nosso corpo é o mesmo, as 24 horas do dia. Dificilmente uma pessoa ansiosa não tratada vai dormir bem a noite. Esse tipo de situação é extremamente corriqueiro e merece um acompanhamento rigoroso”, assinala o médico.

É um ciclo vicioso que pode ser quebrado com ajuda profissional, como terapia ou técnicas de relaxamento.

Métodos para dormir mais rápido e evitar a insônia

O especialista conta que existem métodos para dormir melhor e mais rápido, como sempre preconizar a higiene do sono.

“Ambiente escuro, silencioso, sem utilização de televisores e smartphones” ressalta.

Também reforça que é necessário evitar a todo custo ingerir substâncias estimulantes à noite, como café, chimarrão e determinados chás, mantendo uma rotina o mais saudável possível. As práticas de relaxamento, como meditação, respiração profunda ou leitura podem ser uma opção, ajudando a acalmar a mente e prepará-la para o sono.

Além disso, para evitar a insônia, é possível seguir as mesmas indicações, mas o alerta do Doutor fica pelo uso excessivo dos aparelhos eletrônicos: “Hoje em dia o uso de aparelhos celulares tem prejudicado enormemente o sono, em função da luz azul, a qual reduz a produção de melatonina”, explica.

Durma melhor para viver melhor

Quando você dorme bem, seu corpo e mente têm a chance de se recuperar do estresse diário. Um sono adequado melhora a memória, o humor e a capacidade de tomar decisões e promove a saúde cardiovascular e ajuda no controle do peso.

A qualidade do seu sono interfere diretamente no seu bem-estar, como alerta Dr. Gibran, pode aumentar a resistência à insulina, acarretando sobrepeso e todas as consequências advindas.

“Indivíduos com apneia do sono, não tratada, sofrem sobremaneira com sonolência e cansaços diurnos, gerando quadros de fadiga que podem ser graves e letais, por exemplo, no trânsito”, conclui.

Dormir bem é essencial para nossa saúde física e mental. Ao seguir uma rotina consistente, criar um ambiente propício para dormir e gerenciar o estresse, podemos melhorar a qualidade do sono e, por sua vez, nossa qualidade de vida. Se a insônia persistir, é importante procurar a orientação de um profissional de saúde para encontrar a melhor solução para o seu caso.