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Freud e o Narcisismo: Os conflitos das relações amorosas com pessoas narcisistas

Definiu como narcisismo primário o que se refere ao amor pelo próprio eu, e secundário onde o amor é redirecionado para si mesmo.

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Psicanálise oferece ferramentas para entender essas dinâmicas

Freud introduziu o narcisismo em seu trabalho sobre a sexualidade e o desenvolvimento humano, o definindo inicialmente como uma fase normal do desenvolvimento, onde a libido é direcionada para o próprio eu. Essa fase é natural em crianças, mas, se não for superada, pode levar a formas patológicas de narcisismo na vida adulta.

Definiu como narcisismo primário o que se refere ao amor pelo próprio eu, e secundário onde o amor é redirecionado para si mesmo após a perda de um objeto amoroso. O narcisismo por ser patológico, caracteriza-se por uma necessidade intensa de admiração, uma fragilidade no self e frequentemente se manifesta em comportamentos de grandiosidade e vulnerabilidade.

Características de relacionamentos com narcisistas

Pessoas com transtorno de personalidade narcisista têm dificuldade em lidar com suas próprias angústias. Quando sentem emoções como ansiedade, tédio, culpa ou raiva, provocam os outros para se regularem emocionalmente.

Ao ver você reagir, eles se sentem melhor e, em seguida, oferecem pequenos gestos de afeto, mantendo o ciclo. Mesmo que você busque uma relação saudável, o narcisista mantém seus comportamentos disfuncionais. Quanto mais você está feliz e em paz, mais ele se frustra; quanto mais você surta, mais ele se diverte e sente que venceu. Além disso, possui outras características:

Idealização e desvalorização: no início, a pessoa pode sentir-se idealizada, recebendo atenção intensa e admiração. Com o tempo, essa idealização pode dar lugar à desvalorização, onde o parceiro narcisista se torna crítico e distante.

Falta de empatia: têm dificuldades em reconhecer ou validar os sentimentos do outro. Isso pode levar a um sentimento de solidão e desamparo na relação.

Manipulação emocional: distorção da realidade é comum, fazendo com que a outra pessoa duvide de si mesma e de suas percepções.

Dependência emocional: o parceiro pode se tornar emocionalmente dependente do narcisista, buscando aprovação constante e alimentando a necessidade de validação deste.

Aspectos psicanalíticos

As relações com narcisistas podem ser analisadas através da psicanálise, revelando dinâmicas emocionais complexas que afetam profundamente o parceiro envolvido, como:

Transferência: na psicanálise, a transferência envolve projetar sentimentos passados em novas relações. Em vínculos com narcisistas, o parceiro pode projetar suas inseguranças e busca por validação, ficando mais vulnerável à manipulação.

Mecanismos de defesa: o parceiro pode usar defesas como negação e racionalização para suportar a dor emocional da relação.

Desconexão com a realidade: a relação pode virar uma fuga, onde o parceiro idealiza o narcisista ou nega seus comportamentos reais.

O que fazer?

Para lidar efetivamente com relacionamentos narcisistas, é fundamental adotar intervenções que promovam o autoconhecimento e a proteção emocional, confira algumas:

Reconheça o Padrão: identifique as dinâmicas narcisistas como a idealização, desvalorização e a falta de empatia.

Fortaleça o Self: construa uma autoimagem saudável e independente, com foco em terapias que melhorem a autoestima.

Estabeleça Limites: aprenda a definir e manter limites para proteger seu bem-estar emocional e evitar manipulação.

Busque Suporte: o apoio emocional de amigos, familiares ou terapia é essencial ao lidar com um relacionamento narcisista.

Esses relacionamentos podem afetar profundamente sua saúde emocional. Caso identifique, procure ajuda profissional.

Fabiana Fagundes Barasuol | @fabianafagundesbarasuol

MSc. Doutoranda (EUA); Neuropsicopedagoga Clínica, Institucional e Hospitalar SBNPp 13200; Psicanalista CBO 2394-25; Graduanda em Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional; Especialista em Neuropsicologia Clínica; Certificada em Transtornos do Neurodesenvolvimento – Certificação Thiago Castro; Especialista em Psicanálise Clínica e Avançada; Especialista em TGD/TEA e Altas Habilidades; Especialista em ABA – Análise do Comportamento Aplicada; Especialista em Distúrbios da Fala e da Linguagem, TDAH, Dislexia, Discalculia, Disortografia, Grafomotricidade, Psicomotricidade e Neuropsicomotricidade; e Pesquisadora e autora.

Clínica do Cérebro | @clinicadocerebro

Whats: (55) 9 9987 6524
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