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Fisioterapia pulmonar para reabilitação de ex-fumantes

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Tomar a iniciativa e conseguir parar com um vício como o tabagismo, por si só, já é um ato muito difícil. Contudo, para não ocorrer ainda mais complicações em sua saúde, o ex-fumante precisa ponderar sobre os danos já causados em seus pulmões pelo tabagismo, é aí que entra a fisioterapia pulmonar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma das principais causas de mortes evitáveis do mundo. Todos os anos, cerca de 419 milhões de pessoas são afetadas por algumas das inúmeras doenças causadas pelo cigarro. Entre elas estão a hipertensão arterial, infarto, AVE, câncer e outras.

Os benefícios de parar de fumar são quase que imediatos, em apenas 20 minutos já diminui a FC. Em 12 horas o nível de monóxido de carbono volta ao normal. Entre 2 e 12 semanas a circulação melhora e a função pulmonar aumenta. Em 1 e 9 meses a tosse e a falta de ar diminuem. Dentro de 5 a 15 anos o risco de AVE, doenças coronarianas e câncer diminui pela metade.

O tabagismo é a principal causa das doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC). Desse modo, a fumaça do cigarro provoca um processo inflamatório provocando alterações nos macrófagos (células envolvidas na eliminação de partículas estranhas no nosso organismo). Isto libera histaminas, os leucócitos que deveriam atuar contra o processo inflamatório também são alterados liberando mais substâncias inflamatórias.

Complicações da DPCOC

A DPOC é caracterizada por persistente limitação do fluxo aéreo geralmente progressiva e está associada à resposta inflamatória crônica das vias aéreas, causadas por partículas ou gases nocivos.

Esta resposta inflamatória pode induzir à destruição dos tecidos do parênquima pulmonar resultando em bronquites crônicas e enfisema pulmonar. Do mesmo modo, interrompendo o reparo normal e mecanismos de defesa ocasionando em fibrose de pequenas vias aéreas. Assim, levam ao aprisionamento de ar no pulmão e limitação do fluxo aéreo.

Ou seja, o pulmão fica cheio de ar, apresentando dificuldade em se “esvaziar” pela diminuição da retração elástica e o ar ficando retido, dificultando a respiração. Desta forma, ocorre a retificação das cúpulas diafragmáticas, ocasionando fraqueza da musculatura respiratória.

Assim, a musculatura acessória, ou seja, músculos que apenas auxiliam ou não são responsáveis pela respiração, entre em ação.

Sintomas

Portanto, entre os sintomas estão dispneia, tosse crônica e progressiva e produção de expectoração. Estes sintomas impactam na saúde e funcionabilidade dos indivíduos gerando diminuição do desempenho em exercícios e força muscular, muitas vezes gerando cansaço em pequenos esforços como realizar suas atividades de vida diária.

Fisioterapia pulmonar em ação

A fisioterapia pulmonar, nestes casos, torna-se um componente de suma importância, atuando tanto na prevenção quanto na reabilitação, através de treinamentos da musculatura respiratória e motora (principalmente membros inferiores).

Através de exercícios e incentivadores respiratórios para melhora da capacidade respiratória, fortalecimento dos músculos responsáveis pela respiração, treinos aeróbicos para melhora da circulação e sistema cardiopulmonar e exercícios com carga gradual para ganho de força muscular.

Do mesmo modo, realiza-se testes funcionais para assim poder identificar a gravidade do comprometimento, de acordo com cada indivíduo, para traçar o tratamento terapêutico específico.

Desse modo, diversas técnicas para promover a higiene brônquica, expectoração também são realizadas.

Assim, o conjunto desses exercícios objetiva em melhora da fadiga, dispneia, capacidade funcional, condicionamento físico, maior independência, autoestima e melhora da qualidade de vida.

Por Bruna Durigon Keller
Fisioterapeuta | CREFITO 5-96291
(55) 9 9158 5495