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Cooperativa UNICCA colabora com a economia circular recolhendo e comercializando mais de 80 toneladas de embalagens todos os meses
A cooperativa de trabalho União das Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis de Cruz Alta – UNICCA, surgiu de uma necessidade para unir quatro associações de catadores do município (ACCA, ARCA, AREPRICA E ATRECA), vindas através de projetos de extensão universitária, o Profissão Catador.
As quatro associações já possuíam experiência na atuação de coleta seletiva solidária, separação de materiais e comercialização, criando assim uma oportunidade para alavancar o serviço, com uma cooperativa de coleta, armazenamento e venda dos materiais recicláveis para o poder público municipal. Assim, em outubro de 2021 foi criada a cooperativa UNICCA e a partir de abril de 2022 iniciaram efetivamente as atividades, através de um contrato administrativo com a prefeitura de Cruz Alta. Conta com 50 cooperados, sendo 39 nos 4 grupos que se encontram no bairro dos Funcionários, bairro Jardim Primavera, bairro Planalto/Progresso e bairro Acelino Flores. As outras 11 pessoas são motoristas, coletores e gestores.
O intuito é de colaborar com a sustentabilidade social, através da inclusão e inserção de todos os cooperados na rede socioassistencial, nas negociações e na sociedade; também no viés econômico, na geração de trabalho e renda; e ambiental por meio da reciclagem, colaborando com a economia circular em mais de 80 toneladas de embalagens ao mês recolhidas e comercializadas.
A conscientização da comunidade cruz-altense é necessária
A cooperada e gestora da cooperativa UNICCA Enedina Teixeira da Silva ressalta o potencial da Cruz Alta para a reciclagem e como a comunidade deve se conscientizar, visto que o município pode reciclar 300 toneladas ao mês, considerando o descarte médio de 800 gramas por dia, sendo 35% é de material reciclável.
“A taxa de reciclagem do município de Cruz Alta atualmente é de 27%, sendo um bom índice se compararmos com o nacional (4%). Mas, se pensarmos no total que poderemos atingir, ainda temos um longo caminho, começando por separar os resíduos recicláveis, descartar corretamente nos dias da coleta seletiva solidária ou nos contêineres corretos e destinados para essa finalidade”, ressalta.
Para estar à frente desta conscientização, a coordenadora ressalta que além do trabalho nas ruas, a cooperativa também tem realizado oficinas de educação ambiental em escolas e empresas, além de usar suas redes sociais para divulgar o trabalho, mas temos muito a avançar, como lembra.
Processo da reciclagem
Os caminhões recolhem nos bairros conforme cronograma, em empresas que são os grandes geradores e nos contêineres de materiais recicláveis. Esses materiais são levados para os 4 grupos e depois, colocados em mesas ou esteiras de separação. Está separação ocorre de acordo com as especificações exigidas pelos compradores em: plásticos, vários tipos de plásticos, papeis, vários tipos de papéis, metais, vidro, eletroeletrônicos que são desmanchados para retirar os componentes e óleo de cozinha usado.
“Após a separação são feitos fardos em prensas para condensar o material conforme os tipos. Esses fardos de materiais são comercializados com os grandes depósitos que os destinam para a indústria da reciclagem”, explica Edineia.
Resultados sociais
Contribuindo com a renda dos 80 cooperados, que praticamente dobrou, a comunidade também colabora na geração de trabalho e renda para mais 200 pessoas beneficiadas indiretamente que moram na cidade e que consomem no comércio local.
A mudança para tornar-se uma cooperativa foi muito significativa para todos os cooperados, como eles ressaltam em seus depoimentos:
“Desde que começou a cooperativa melhorou bastante a quantidade de material, aumentou muito perto de antes e o valor que a gente recebe também. Estar na cooperativa é muito bom, eles correm atrás de parcerias, materiais para nós e as vantagens que temos por sermos cooperados como o INSS. Só agradecer por fazer parte” – Vanuza do grupo ARCA do bairro dos Funcionários
“Agora somos cooperativas e mudou bastante nossa vida, tanto minha quanto dos meus colegas. Éramos associação e não podíamos ter várias coisas como INSS pago e hoje nós temos. A questão dos materiais e nossa renda também aumentou bastante. Pegamos alguns trabalhos terceirizados como na Fenatrigo e na Santinha, todos os eventos que têm em Cruz Alta a gente pode participar. Antes a gente não era tão visto na sociedade, hoje em dia a gente é bem reconhecido pela população. Os materiais que chegam até nós são totalmente bem classificados, a população começou a ver a gente com olhos diferente, como uma empresa mesmo” – Simone do grupo AREPRICA do bairro Jardim Primavera
“A cooperativa mudou muita coisa para nós, ela arrecada o material, a gente trabalha fazendo os fardos e vendemos sem custos nenhum para todos os cooperados, então o que conseguimos ganhar é ‘limpo’. Em dois anos trabalhando aqui, eu e minha esposa conseguimos comprar nossa casa própria, porque tudo que ganhávamos aqui é nosso. Essa é a grande importância na nossa vida” – Jaime do grupo ATRECA do bairro Planalto/Progresso
O que pode ser separado e reciclado pela UNICCA?
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