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Mundo Kids Vitale 38

Síndrome Osgood Schlatter: os cuidados da fisioterapia na saúde infantil

É preciso atenção quando falamos da prática esportiva que engloba treinamentos e competições recorrentes.

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A infância, uma fase crucial do desenvolvimento físico e motor, é o momento em que mais as crianças se envolvem em atividades físicas, brincadeiras de correr e esportivas, o que certamente contribui e muito para o seu crescimento e aprendizado como um todo e para toda a vida.

No entanto, é preciso um pouco de atenção. Principalmente quando falamos da prática esportiva que engloba treinamentos e competições recorrentes. Seu futuro atleta necessita de cuidado antes mesmo de começar a correr, seja atrás de uma bola, em pistas ou em cima de um skate.

O alerta do conteúdo dessa edição veio de casos recorrentes em adolescentes que atendi esse ano e que apresentaram a Síndrome de Osgood Schlatter.

A síndrome de Osgood Schlatter é uma irritação da cartilagem de crescimento pelo tracionamento excessivo do tendão patelar sobre a tuberosidade anterior da tíbia (saliência encontrada abaixo da patela).

Ela ocorre tipicamente em meninos e meninas, especialmente na prática de esportes em idade ativa, entre 9 e 16 anos, coincidindo com períodos de estirão do crescimento, sendo ainda mais frequente em meninos de que em meninas. Essa incidência pode estar relacionada ao fato de os meninos terem uma maior participação no esporte, como o futebol por exemplo.

A síndrome, geralmente autolimitante, é causada pelo stress no tendão patelar que liga o músculo quadríceps (parte anterior da coxa) a tuberosidade anterior da tíbia.

O stress repetitivo da contração do quadríceps, transmitido através do tendão patelar para a tuberosidade da tíbia ainda imaturo (cartilagem), pode causar microfraturas por avulsão (arrancamento) associadas à um processo inflamatório do tendão, levando ao crescimento ósseo em excesso na tuberosidade e produzindo uma protuberância visível, podendo ser bastante dolorosa.

Nota-se que a grande maioria desses adolescentes possuem encurtamento (alongamento ruim) da musculatura posterior da coxa (ísquiostibiais) e perda de força, principalmente de quadríceps.

O tratamento inclui a diminuição da prática do esporte por determinado período de recuperação e fisioterapia intensiva. Nesses casos a fisioterapia atua na diminuição do processo inflamatório, analgesia, exercícios de alongamentos focados nos ísquiostibiais e gastrocnêmios (parte posterior da coxa e panturrilha respectivamente) e fortalecimento, sobretudo de quadríceps.

Como forma de prevenção, a parte mais importante vem antes e depois da prática esportiva, estando relacionada diretamente ao correto alongamento. É de suma importância que o alongamento faça parte do dia a dia de qualquer atleta, e mais ainda na fase de crescimento. Exercícios orientados de fortalecimento do joelho também contribui para a prevenção da síndrome e de outras lesões que podem ocorrer em atletas.

Com ótimos resultados, o tratamento permitiu que, após a reabilitação, todos os adolescentes retornassem às suas práticas de atividades esportivas, contudo sigo recomentando que mantenham os alongamentos (antes e depois da prática esportiva) e busquem acompanhamento de profissionais para o fortalecimento adequado.

Por Bruna Durigon Keller
Fisioterapeuta | CREFITO 5-96291
(55) 9 9158 5495