Hoje alguém foi à uma consulta médica, pegou um ônibus, levou 50 minutos para chegar até o consultório, perdeu a tarde e se desentendeu com o chefe. No intuito de evitar situações assim e facilitar o acesso ao atendimento médico, a discussão sobre a telemedicina perdura há décadas. Contudo, a prática da modalidade é recente, se consolidou massivamente apenas durante a pandemia do Coronavírus . Por isso ainda apresenta limitações e mesmo assim segue crescendo exponencialmente.
Conversamos com a Médica Dermatologista Joana Linzmayer CREMERS 49961, que atende à distância, ela vai desvendar algumas questões recorrentes sobre o assunto. Afinal, cabe o questionamento, o atendimento médico à distância é uma facilidade eficaz ou um passo para a desumanização da medicina?
Como posso utilizar?
Segundo Joana a telemedicina trata-se da prática médica de atendimento à distância, seja de problemas de saúde agudos ou acompanhamento da evolução de pacientes que residem em outras localidades ou tem limitações para deslocar-se até o serviço de saúde. “Para isso utilizamos uma plataforma e computadores com internet, a consulta via chamada de vídeo tem agendamento prévio, mas nada impede que o paciente chame o profissional no momento que sentir necessidade”, adianta.
A Médica explica que, além de consultas particulares, o sistema de saúde pública também já tem a possibilidade de atendimento remoto. Nesse caso, normalmente o paciente passa por uma consulta presencial para verificar as demandas, se for possível, os próximos encontros serão à distância. Então o paciente receberá o horário da reunião e o link.
Os diagnósticos à distância, pedidos de medicamentos, análise e requerimento de exames já são possíveis. E acredite! A lei já permite inclusive a telecirurgia quando o procedimento é feito por um robô, manipulado por um médico que está em outro local.
Por que a telemedicina está popular?
Antes do Governo decretar estado de emergência na saúde pública, a prática da telemedicina não era permitida no Brasil. Todavia, essa já era uma discussão fervorosa na comunidade médica, a vista que as experiências eram positivas em países da Europa, Estados Unidos e até em nações da África. Com a chegada da pandemia, a logística de atendimento médico foi repensada e por isso a telemedicina ganhou uma força nunca antes registrada. Assim, em março de 2020 o Conselho Federal de Medicina autorizou o uso do atendimento remoto em caráter excepcional e em maio de 2022, o CFM regulamentou a prática definitivamente no Brasil.
Joana ressalta: “Digo que a telemedicina não foi somente importante durante a pandemia da Covid 19, foi essencial. Foi instrumento para diminuir a sobrecarga dos pronto atendimentos. Cheguei a usar este recurso inclusive para fornecer informações sobre pacientes internados a familiares.”
6 facilidades da telemedicina
- Acesso: a primeira e mais óbvia vantagem da telemedicina é sem dúvidas a redução de distâncias, a facilidade de acesso à saúde mesmo fora dos centros urbanos;
- Tempo: além disso, a economia de tempo no deslocamento também é um importante benefício;
- Acesso à especialistas: Joana comenta que municípios menores normalmente carecem de profissionais especializados, a prática da telemedicina permite que pacientes se conectem com médicos que realmente possam ajudá-los;
- Segurança: durante as fases mais severas da pandemia, a segurança foi o fator primordial para a ascensão da telemedicina já que o modelo evita as contaminações nos hospitais;
- Acompanhamento: outro benefício evidente é a facilidade em ter um contato frequente com o seu médico de confiança. Joana comenta que o acompanhamento virtual foi fundamental para inúmeros casos, principalmente na orientação a longo prazo quanto a gravidade dos sintomas;
- Compartilhamento de informações: a troca de informações e opiniões entre médicos é essencial para auxílio diagnóstico, terapêutico, clínico ou cirúrgico. Na telemedicina isso torna-se mais fácil.
3 dificuldades da telemedicina
- Distância: a telemedicina impõe as limitações intrínsecas à distância em que ela é realizada. Joana explica por que muitos médicos são contra o recurso.
“Todos aprendemos que a consulta consiste em 2 atos: anamneses que é a entrevista com paciente e o exame físico. A avaliação ideal é feita com toque do paciente e à distância não temos este recurso.”
Existem casos que impedem o atendimento não presencial, por exemplo: casos em que a intervenção deve ser o mais precoce possível e casos em que o paciente tem dificuldades em informar os sintomas.
- Custos: Os custos pesam de forma significativa. Pois o ideal é que a consulta aconteça dentro de uma plataforma especializada na área e muitos médicos não estão dispostos a investir nisso.
- Treinamento: Logicamente a falta de conhecimento também impede o crescimento da telemedicina. O médico precisa realizar treinamentos para o exercício. Já pela parte do paciente, a consulta se torna um desafio para aqueles que não estão acostumados com o ambiente virtual.
“Eu não acredito que no futuro a maior parte das consultas serão realizadas a distância, pois o contato físico com o paciente é insubstituível. O método tradicional é mais seguro e assertivo. Entretanto, apesar de apresentar limitações, tenho certeza de que a telemedicina vai crescer cada vez mais, pois agora essa possibilidade existe e facilita o cuidado com a saúde em muitos aspectos”, finaliza Joana.
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