Por que o emagrecimento ou ganho de peso pode ter alguma relação com o funcionamento da tireoide?
A tireoide é a gasolina do corpo. Age estimulando o funcionamento e diversas funções nos diferentes órgãos. Portanto, ela estimula o metabolismo e o gasto energético. No hipotireoidismo, o paciente vai ter um gasto energético reduzido, além de retenção de líquido, que ocasiona um aumento de peso em torno de 10% do peso corporal. No hipertireoidismo ocorre o contrário. Há um aumento do metabolismo e do gasto energético que o paciente não consegue compensar, com o concomitante aumento do apetite. Mas vale ressaltar que é mito dizer que uma pessoa é gorda ou magra porque tem problemas na tireoide. Estas disfunções causam alteração transitória do peso enquanto o paciente não está sendo tratado. Uma vez que o tratamento adequado é iniciado o peso vai depender da alimentação e do gasto calórico, como ocorre com qualquer pessoa saudável.
De que forma a alimentação influencia no funcionamento da tireoide?
A tireoide utiliza o iodo ingerido na dieta para a produção dos hormônios tireoidianos. Uma alimentação adequada deve fornecer cerca de 150 microgramas de iodo por dia, que é a quantidade suficiente para uma adequada produção dos hormônios. Medicamentos, vitaminas ou alimentos com grande quantidade de iodo, como frutos do mar, pães industrializados entre outros podem fornecer uma quantidade exagerada, causando disfunção tireoidiana. O excesso de iodo crônico pode ocasionar o hipotireoidismo, enquanto que uma sobrecarga aguda de iodo pode causar tanto hipo como hipertireoidismo. A falta de iodo gera problemas mais graves, como provocar o hipotireoidismo e o desenvolvimento do bócio endêmico. As gestantes, em especial, necessitam cerca de 250 microgramas de iodo por dia, a deficiência de iodo pode ocasionar problemas obsté- tricos e alterações cognitivas no feto.
Valor normal do TSH (hormônio tireoestimulante)
Com tanto exame de tireóide sendo realizado, surgem várias dúvidas no dia-a-dia, inclusive para o médico, quem dirá para o paciente. Um doutor diz que está bom outro diz que não; um diz que tem que tratar, outro não acha necessário; um diz que tem que mudar a dose, outro diz que não… Enfim, uma confusão. Falando principalmente do hipotireoidismo, muitos casos subclínicos vêm sendo descoberto, e o tratamento permanece controverso. Atualmente tem se proposto diferentes valores de TSH para diagnóstico de hipotireoidismo em diferentes faixas etárias:
Menos de 30 anos: TSH crescente > 2,5 mU/L
30 a 50 anos: TSH > 4,0 mU/L
50 a 60 anos: TSH > 4,5 mU/L
60 a 70 anos: TSH > 6,0 mU/L
70 a 80 anos: TSH > 8,0 mU/L
Mais de 80 anos: TSH > 10 mU/L
Acredita-se que faz parte do processo de envelhecimento a elevação dos níveis de TSH, fisiologicamente. Em pacientes idosos os benefícios do tratamento são menos evidentes. Sendo assim, aquela senhora de 65 anos com TSH de 6 mU/L, não necessita ser tratada. Mas uma jovem de 20 anos, com TSH de 4 mU/L, cujos valores anteriores eram mais baixos, provavelmente sim.
O intervalo de valores desejáveis quando em uso de levotiroxina (hormônio da tireóide) também varia com a faixa etária do paciente:
20 a 60 anos: 0,4 – 2,0 mU/L
60 a 70 anos: 2,6 – 6,0 mU/L
70 a 80 anos: 2,0 – 8,0 mU/L
Mais de 80 anos: 2,0 – 10,0 mU/L
Endocrinologista Brenda Alberto.
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