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Medicina

3 vitaminas para fortalecer sua imunidade

A farmacêutica clínica responsável, Gabriela Glitzenhirn, é quem nos explica tudo que precisamos saber para evitar complicações com nossa saúde.

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Elas desempenham uma variedade de efeitos benéficos nas células do sistema imunológico

Com a mudança abrupta de temperaturas que viemos enfrentando, manter a imunidade alta pode ser um desafio e por isso, consumir as vitaminas corretas garante uma vida mais saudável. Mas você sabe quais seriam esses suplementos?

Para esclarecer todas as dúvidas sobre imunidade, conversamos com a Vida Farmácias, de Ijuí. A farmacêutica clínica responsável, Gabriela Glitzenhirn, é quem nos explica tudo que precisamos saber para evitar complicações com nossa saúde.

Corpo e imunidade

Constantemente, nosso organismo é atacado por algum tipo de microrganismo e se não fosse pelo nosso sistema imunológico, estaríamos doentes constantemente. Ele é responsável por nos proteger contra vírus e bactérias que tentam nos infectar. Formado por diversas células, onde cada uma delas desempenha papéis distintos e importantes.

A farmacêutica explica que as células que componentes do sistema imune são chamadas de células brancas, glóbulos brancos ou leucócitos. Dentro dos leucócitos existem células como linfócitos, neutrófilos e macrófagos, que atuam no bloqueio e eliminação de vírus e bactérias.

Os linfócitos são os principais produtores de anticorpos, que são formados por substâncias chamadas imunoglobulinas, as responsáveis por avisar ao organismo quando existe um agente causador de doenças. Eles agem para eliminá-lo e, nesse processo, outras células serão ativadas para ajudar nessa tarefa. Já os macrófagos e neutrófilos estão ligados à proteção, mas atuam na parte da resposta celular, ou seja, atacam a célula que já foi infectada.

“O nosso sistema imune possui respostas diferentes e complexas contra invasores, mas todas essas células trabalham em conjunto para nos manter saudáveis e longe de doenças e infecções”, saliente Gabriela.

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Fatores que causam baixa imunidade

À medida que envelhecemos, é comum experimentar períodos de imunodeficiência temporária, que podem ser desencadeados por mudanças de clima, estresse emocional e outras tensões. Isso faz parte do processo normal do corpo.

No entanto, há condições crônicas que podem persistentemente afetar a imunidade.

“Doenças como diabetes, HIV/AIDS e câncer são exemplos de condições que debilitam continuamente o sistema imunológico, deixando o corpo mais suscetível a doenças e infecções”, explica.

O uso prolongado de medicamentos imunossupressores, comumente prescritos para tratar doenças autoimunes e após transplantes, também pode resultar em imunodeficiência.

Outros fatores contribuintes podem incluir:

  • Nutrição inadequada: Uma dieta deficiente em nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais fundamentais para a saúde do sistema imunológico, pode levar à imunodeficiência;
  • Distúrbios do sono: Pesquisas demonstraram que a falta de sono adequado reduz a produção de células de defesa do corpo, impactando negativamente na imunidade;
  • Estilos de vida não saudáveis: Hábitos como fumar e consumo excessivo de álcool podem comprometer a função imunológica.

“É crucial compreender as causas subjacentes da imunidade baixa, pois isso permite tomar medidas preventivas para evitar complicações”, conta a profissional.

Imunidade baixa e alerta alto

Pessoas com a imunidade baixa tendem a apresentar algumas características que podem ser de risco, como por exemplo, infecções recorrentes, ou seja, o organismo tem dificuldades em combater infecções comuns (gripes, resfriados, infecções do trato urinário).

“Além disso, pacientes com a imunidade comprometida e com predisposição genética ou de fatores ambientais, tendem a desencadear doenças autoimunes como artrite reumatoide, lúpus e doença de Crohn. Também, é possível observar uma piora de condições crônicas de saúde, como diabetes, doenças cardíacas e doenças pulmonares, devido à incapacidade do corpo de combater infecções e inflamação de forma eficaz”, conta a farmacêutica.

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Outros riscos podem ocorrer em:

  • Infecções graves: Pessoas com imunidade baixa têm maior probabilidade de desenvolver infecções graves e potencialmente fatais, como pneumonia, meningite, sepse (infecção generalizada) e infecções oportunistas em pacientes com HIV/AIDS;
  • Complicações durante o tratamento médico: Pacientes com imunidade baixa correm maior risco de desenvolver complicações durante o tratamento médico, como infecções hospitalares ou complicações relacionadas à terapia imunossupressora, como a quimioterapia;
  • Câncer: Embora o sistema imunológico seja projetado para identificar e destruir células cancerígenas, uma imunidade comprometida pode não ser capaz de fazê-lo eficientemente, aumentando o risco de desenvolver certos tipos de câncer.

6 dicas para fortalecer o sistema imune

Fortalecer o sistema imunológico é fundamental para manter a saúde e prevenir doenças. Devemos adotar hábitos saudáveis para que a nossa imunidade esteja sempre alta, como por exemplo:

  • Dieta saudável: Consuma uma variedade de alimentos ricos em nutrientes, como frutas, legumes, verduras, grãos integrais, proteínas magras.
  • Hidratação: Mantenha-se hidratado, bebendo bastante água ao longo do dia. A água é essencial para o funcionamento adequado do sistema imunológico.
  • Exercício regular: Pratique atividade física regularmente. O exercício moderado pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico, melhorar a circulação sanguínea e reduzir o estresse.
  • Sono adequado: Garanta uma boa qualidade de sono, dormindo de 7 a 9 horas por noite. O sono adequado é crucial para a regulação do sistema imunológico e a recuperação do corpo.
  • Redução do estresse: Encontre maneiras saudáveis de gerenciar o estresse, como meditação, yoga, técnicas de respiração profunda, hobbies relaxantes ou conversas com amigos e familiares.
  • Evite tabagismo e consumo excessivo de álcool: O tabagismo e o consumo excessivo de álcool podem prejudicar o sistema imunológico. Portanto, é importante evitar ou reduzir esses hábitos.

Desse modo, não existe uma solução fácil para aumentar a imunidade de um momento para o outro.

“É importante ter hábitos de vida que garantam um sistema imune mais forte, como fazer uma alimentação rica em vitaminas e minerais, tomar sol diariamente, dormir adequadamente e praticar exercício físico regularmente”, comenta Gabriela.

Quando recorrer aos medicamentos

Embora medicamentos para a imunidade possam ser encontrados em farmácias e, algumas vezes, comprados sem a necessidade de receita, é sempre importante averiguar como está a sua imunidade primeiro.

“Um medicamento prescrito por médicos é o Broncho Vaxom (lisado bacteriano), é um medicamento que estimula o sistema imunológico e assim fortalece a resistência às infecções do sistema respiratório e reduz o risco de recidivas (recaídas), mas só deve ser comprado com prescrição médica”, conta a farmacêutica.

Ela também explica que assim como o Broncho Vaxom, o Leucogem (timomodulina) é outra medicação prescrita para aumentar as defesas do organismo.

“Existe uma planta muito utilizada para o sistema imunológico, a Echinacea spp.. A equinácea é rica em alcamidas, polissacarídeos, glicoproteínas e derivados do ácido caféico, tendo uma ação anti-inflamatória e imunomoduladora, que ajudam a fortalecer a imunidade, prevenindo e ajudando no combate de infecções do sistema respiratório, como gripes, resfriados e sinusite, por exemplo. Pode ser encontrada em farmácias de manipulação, mas deve ser usada com orientação médica”, explica.

Segundo a farmacêutica, não existem vacinas específicas projetadas para aumentar a imunidade de forma genérica. As vacinas são formuladas para proteger contra doenças infecciosas específicas, estimulando o sistema imunológico a reconhecer e combater os agentes infecciosos associados a essas doenças.

Vitaminas indicadas para melhorar ou manter a imunidade

Existem várias vitaminas utilizadas na imunidade, uma das mais conhecidas é a vitamina C. Estudos científicos demonstram que essa vitamina desempenha uma variedade de efeitos benéficos nas células do sistema imunológico, agindo como cofator em processos que regulam a resposta imunológica.

“Além disso, essa vitamina atua como um poderoso antioxidante, protegendo o corpo contra o estresse oxidativo. É eficaz na prevenção e tratamento de infecções respiratórias e sistêmicas. Portanto, é possível contar com ela para fortalecer sua resposta imunológica contra gripes e resfriados, seja agora ou durante o próximo inverno”, informa Gabriela.

Outras vitaminas que merecem destaque são:

  • Vitamina A: Quando absorvida pelo organismo, essa substância promove a produção de anticorpos e aumenta a habilidade do corpo em reagir à presença de agentes invasores.

“Dessa forma, a vitamina A desempenha um papel crucial em fortalecer a imunidade, ajudando-a a reconhecer, adaptar-se e combater eficazmente novos vírus, bactérias e outros microorganismos que possam entrar em contato com o organismo. Podemos encontrar essa vitamina nos seguintes alimentos: ovos, leite, fígado de boi, bacalhau, cenoura, espinafre, tomate e na forma de cápsulas”, explica a farmecêutica.

  • Vitamina D: Na verdade a vitamina D é um hormônio sintetizado no nosso corpo através da exposição solar. Esse hormônio, é crucial para a saúde óssea, pois desempenha um papel significativo na absorção de cálcio. Além disso, é importante para o funcionamento adequado dos sistemas digestivo, circulatório e nervoso, e é fundamental para o sistema imunológico.

A vitamina D também é essencial para a nossa imunidade inata, que é aquela com a qual nascemos. Frente a bactérias e alguns vírus, ela regula a produção de receptores que nos protegem contra esses ataques. Na dieta, a vitamina D pode ser obtida através de fontes alimentares, como cogumelos, óleo de fígado de bacalhau e peixes gordurosos, como salmão, atum e cavala”.

Gabriela explica que, no entanto, essas fontes contribuem apenas em pequena parte para as necessidades humanas de vitamina D. A principal fonte é a produção que ocorre na pele, através da exposição aos raios ultravioleta do tipo B.

  • Vitamina E: Como um antioxidante poderoso, ela protege as células imunológicas contra danos causados pelos radicais livres, preservando sua integridade e função. Modula a atividade de células do sistema imunológico, como linfócitos T e B e macrófagos, ajudando a regular a resposta imunológica de forma equilibrada.

Sua capacidade de reduzir a produção de substâncias pró inflamatórias contribui para diminuir a inflamação crônica, o que pode comprometer a função imunológica. Adicionalmente, a vitamina E protege as membranas celulares das células imunológicas, garantindo sua viabilidade e eficiência. Podemos encontrar a vitamina E na alimentação, consumindo, abacate, castanhas, amêndoas, nozes, manga, uva, abóbora e na forma de cápsulas que são vendidas em farmácias e lojas de produtos naturais”, menciona Gabriela.

Portanto, diante da complexidade do nosso sistema imunológico e da variedade de fatores que podem afetá-lo, é essencial adotar medidas preventivas para fortalecer a imunidade. Além de uma alimentação balanceada e hábitos de vida saudáveis, o conhecimento sobre vitaminas menos conhecidas, como a vitamina A, D e E, pode ser crucial.

Essas vitaminas desempenham papéis fundamentais na regulação e fortalecimento das defesas do organismo, ajudando a enfrentar desafios constantes, como mudanças abruptas de temperatura e infecções recorrentes. Assim, ao compreendermos melhor esses nutrientes e como eles interagem com nosso sistema imunológico, podemos nos capacitar a proteger nossa saúde de forma mais abrangente e eficaz.