Desde a escolha profissional, desenvolvimento, treinamento ao longo da carreira e capacitações específicas, até questões pontuais e particulares dos colaboradores, ocorre situações em que as esferas interferem no trabalho em si. Neste sentido, a Psicologia Organizacional bem aplicada é fundamental para as empresas que se preocupam com o bem-estar de seus colaboradores.
Adriana Spigolon, especialista em Psicologia do Trabalho, comenta que muitas pessoas sentem dificuldades em transformar o ambiente de serviço em um local agradável. Ela recorda que só a título de conhecimento o significado da palavra trabalho remonta à sua origem latina: tripalium (três paus) – instrumento utilizado para subjugar os animais e forçar os escravos a aumentar a produção. Em praticamente todas as línguas o termo entrou como substantivo abstrato, significando “tormento, agonia, sofrimento”. Por este motivo, procura-se fazer o necessário para que o mesmo seja o mais agradável para o individuo em particular, pois o que pode ser agradável a um, pode não ser ao outro.
Qualquer ambiente e situação que esteja nos agradando promovem reações positivas (que pode ser considerado um bom rendimento). “Existem ofícios (em sua maioria) que são estressantes e em determinado momento podem exigir do trabalhador uma postura “agressiva” frente ao mesmo”, coloca Spigolon. A insatisfação no trabalho pode gerar inúmeras complicações ao indivíduo, aos colegas e a empresa em geral. “Sintomas emocionais como ansiedade, irritabilidade, impaciência e desmotivação, podem evoluir para outras doenças, como Lesão por Esforço Repetitivo, Distúrbio Osteo-muscular, Burnout, fobias, crises de ansiedade generalizada, insônia e abusos de substâncias”, acrescenta. Mais grave que isso, existe a “doença do trabalho”, onde o colaborador acorda desanimado, sem forças e não querendo ir ao emprego, ou, pior ainda, já dorme mal pensando que terá de acordar para outro dia de horror.
Para melhorar esta situação, Adriana aconselha às empresas possuírem o setor de Recursos Humanos para cuidar das rotinas trabalhistas do profissional, pois quem trabalha feliz onde está e com o que faz, produz resultados efetivamente positivos à empresa. Já aos colaboradores, que busquem por um trabalho que gostem. “As chances de frustração e dificuldades emocionais no trato com os clientes – se for o caso – e com os colegas são bem menores quando se tem prazer no que se faz”, conclui a psicóloga. Tanto as empresas, quanto quem está em busca de emprego, quando bem direcionados vão se dirigir para um resultado mais satisfatório e que gere felicidade.
Adriana Spigolon é psicóloga e consultora de empresas, docente e consultora do SENAC e docente da FACCENTRO em Cruz Alta.
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