Com os dias frios e a chegada do inverno nossa preocupação está voltada para as doenças respiratórias, como gripes, resfriados e rinites alérgicas. Poucos sabem, no entanto, que temperaturas baixas representam risco e complicações cardiovasculares. Isso mesmo, há uma incidência alarmante de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) durante o inverno. Além disso, as pessoas que apresentam colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes, idosos ou são tabagistas acabam sendo mais vulneráveis. Quem possui doença cardiovascular ou “fatores de risco”, ou a associação desses, considerado um agravante, precisa ter atenção redobrada.
Acontece que o organismo em baixas temperaturas sobrecarrega o sistema cardiovascular, que precisa trabalhar mais no frio para manter nosso equilíbrio térmico, incluindo constrição dos vasos sanguíneos, estreitamento dos canais de circulação do sangue, respiração superficial pela boca e aumento da frequência cardíaca. Esse é um mecanismo que diminui a dissipação do calor, muito importante para enfrentarmos o frio. Por outro lado, aumenta a resistência contra a qual o coração necessita bombear para movimentar o sangue, além de dificultar a circulação nas diversas partes do organismo. Isso pode causar desde isquemia (falta de circulação nas artérias coronárias) até angina (um tipo de dor no peito).
Mas com alguns cuidados importantes é possível evitar que esses problemas se agravem. Controlar os fatores de risco é essencial! A dica é cuidar dos hábitos alimentares no inverno, que se alteram nessa época. Geralmente, as pessoas optam por alimentos mais pesados, ricos em gordura. Abusam de bebidas alcoólicas para manterem-se aquecidos. Também é sabido que com os termômetros marcando temperaturas próximas de zero a frequência das atividades diminui. Lembre-se que adotar uma prática regular de atividade física é extremamente importante em qualquer estação do ano.
Outro fator que merece atenção é a variação súbita da temperatura. Conhecido como choque térmico. A transição de um ambiente muito aquecido para um lugar mais frio pode desencadear alterações cardíacas.
Então basta lembrar-se das “vovós” e seguir aquela boa e velhas dica sobre nos afastarmos da frente das lareiras e fogões à lenha para “resfriarmos” o corpo antes de sairmos do ambiente quentinho e dar de cara com o frio das ruas.
Litierri Razia – Farmacêutica e Mestre em ciências farmacêuticas
Adicione Comentário