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Arquiteta Daniela Funari aborda cinco questões importantes que não podem ser esquecidas no projeto de interiores dos dormitórios.
Vedação, controle de iluminação e cores neutras são alguns dos pontos desenvolvidos pela arquitetura de interiores para garantir um dormitório aconchegante e funcional. Com esses artifícios bem empregados, a arquiteta Daniela Funari diz que o décor de interiores pode contribuir para a qualidade do sono e o descanso dos moradores.
A hora de dormir é um momento fundamental para nosso realinhamento e o descanso é uma ação essencial ao proporcionar a energia necessária que nos permite continuar nossas atividades cotidianas. Junto com as demais questões físicas e mentais que as pessoas precisam ter, a arquitetura e interiores é um recurso que contribui positivamente para que os dormitórios sejam ninhos acolhedores para o bem-estar e recalibragem do organismo para um novo dia.
A arquiteta Daniela Funari sabe bem dessa importância e, em cada um dos seus projetos, busca atribuir a essência e os elementos que caminham tanto para esse propósito de relaxamento, como para atribuir a estética do décor desejada pelos moradores. Ela também explica quais são esses cuidados que destacam em cinco tópicos. Acompanhe abaixo:
1 – A importância da vedação
Um dos primeiros passos é assegurar que o dormitório propicie um ambiente escuro. Por isso, a arquiteta trabalha com uma vedação de qualidade nas janelas, evitando a entrada da luz exterior e para recobrir as esquadrias, ela conta com cortinas e persianas, inclusive aquelas com automação, que possibilitam o nível de proteção ao alcance da mão ou por meio de um aplicativo no celular.
Cortinas
Assim como nesse projeto acima realizado pela arquiteta Daniela Funari, elas marcam presença com designs mais fluidos, leves e orgânicos. E mesmo em uma denotação mais clássica, as peças possuem inúmeras variações que auxiliam na concepção de cenários aprazíveis. Na sua constituição, é possível utilizar modelos produzidos a partir de tecidos naturais como linho, fazer a instalação de fora a fora na parede ou mesmo realizar um acabamento invisível com o cortineiro embutido no forro de gesso.
“Na paleta de cores, dou preferência aos tons neutros”, explica.
Além da iluminação oriunda da janela, seja a solar ou a noturna dos postes, a profissional também discorre sobre a interferência da luz azul proveniente dos equipamentos eletrônicos.
“Para eliminar os pequenos pontos de luz da TV e do equipamento dos canais a cabo, temos duas possibilidades: ou os tiramos da tomada antes de dormir ou consideramos deixá-los fora do dormitório”, orienta.
Persianas
Nessa deliberação, Daniela dá preferência aos materiais sintéticos, pois facilitam a limpeza. Para fortalecer o anseio por um quarto sem nenhuma entrada externa de luz, a tela solar é outro recurso possível e, para tanto, faz-se necessário um espaço no teto para a acomodação da persiana, uma vez que ela enrola para cima quando é aberta. Pensando em um ambiente completamente vedado, ela indica o tecido blackout que pode ser adotado tanto na persiana, como na cortina.
“Além da largura da esquadria, um adicional de 20 cm de cada lado auxilia no bloqueio de pequenos vãos de luz nas extremidades”, aconselha a arquiteta.
2 – A paleta de cores
Os tons aplicados nos mobiliários, enxoval e revestimentos revelam uma ligação direta com o descanso. Por isso, as cores mais neutras e frias são as mais indicadas.
“Na arquitetura neural, o azul, verde, roxo, cinza e o branco, são muito bem-vindos no décor, que podem ser trabalhados em uma leitura cromática”, avalia a profissional.
Outra opção é investir em tons claros, mesmo que terrosos ou mais vibrantes, uma vez que as conhecidas candy colors possuem um efeito calmante e acalentador devido à baixa saturação. Assim, as composições cromáticas podem ser harmonizadas na cabeceira, marcenaria, itens de decoração e até acabamentos.
3 – O auxílio da cabeceira
Ponto de ligação entre a cama e a parede, a cabeceira também merece atenção. Seja qual for a escolha dentre os inúmeros modelos disponíveis no mercado, é relevante que o contato com as costas seja aprazível e que cumpra a função de isolar o contato direto do corpo com a parede.
4 – Controle térmico
Outro ponto que não deve ser esquecido é o conforto térmico, resultado do equilíbrio em não deixar o quarto com as sensações opostas de muito quente ou muito frio.
“Eu definiria como a temperatura ideal o meio termo entre esses gradientes”, analisa a arquiteta.
Para esse balanceamento, o ar-condicionado auxilia na busca pelo clima que melhor beneficiará o sono dos moradores.
Além do equipamento, as mantas, tapetes, almofadas e um enxoval mais robusto são peças fundamentais para os dias frios e deixam o dormitório ainda mais aconchegante, agradável e convidativo.
5 – Iluminação regulável
Presente por abajures ou pendentes, a iluminação nas laterais da cama favorece, com propriedade, a percepção de acolhimento – principalmente com o uso de luzes de tons quentes.
Atualmente, é comum também que as luzes centrais do quarto sejam comandadas por assistentes eletrônicas, pois esse aparato simplifica o ajuste de intensidade.
“Essa automatização fica interessante para a criação de momentos que podem ser acionados pela diminuição progressiva da intensidade antes de dormir ou para ter o momento de leitura”, conclui a arquiteta.
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