Ninguém está obeso porque quer

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A nossa redação conversou com a Dra Brenda Alberto –  médica endocrinologista que ajuda centenas de pacientes que buscam além do emagrecimento e sair dos dígitos que indicam a obesidade, viver uma vida melhor e de bem consigo mesmo.

Vamos ao conteúdo?

Primeiro é preciso que todos entendam de uma vez por todas: ninguém está obeso porque quer. Aquela antiga e retrógrada postura de julgar a pessoa com obesidade dizendo que ela está assim porque não se cuida, é cruel e gravíssima, mas ocorre em toda a parte e infelizmente até nas consultas médicas.

Geralmente, quando você vai ao médico, a primeira coisa que deseja sentir é acolhimento e empatia, alguém que te escute e valorize a sua história, porém, nem sempre isso ocorre com os obesos. Inclusive, doenças graves deixam de ser diagnosticadas porque a fala do médico muitas vezes é: “Você está gordo, é só emagrecer que cura.” E muitas vezes não é.

O que a Dra faz questão de enfatizar é que a predisposição a obesidade, por componente genético, chega a 70%, mas, claro, só se desenvolve em ambiente propício. Justamente o que ocorreu nos últimos 50 anos no mundo quando a oferta de alimentos aumentou.

“Sabemos (eu e você) que a perda e a manutenção de peso são difíceis, pois envolvem ir contra a fisiologia do organismo que defende o peso máximo com unhas e dentes. Estudos comprovam que a obesidade não é um “estilo de vida” e que a maioria dos obesos tentou emagrecer no último ano, muitas vezes sem ajuda, pois sentem que ninguém pode ajudá-los (e quando buscam ajuda, são estigmatizados)“, explica Brenda.

Não se culpe por já ter tentado emagrecer e não ter conseguido!

Contrariando a postura indelicada da maioria dos profissionais da saúde quando o assunto é obesidade, eu te ajudo de forma leve, respeitando a sua história, limitações e gostos. Aqui você não vai ouvir que todos os seus problemas de saúde são causados pelo excesso de peso, ao menos não antes de comprovarmos a real “causa” por meio de exames. O nosso programa de emagrecimento é focado na humanização e na saúde integral, afinal, o que importa mesmo é ser feliz com saúde!

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Claro que há pessoas que podem ter uma vontade menor de aderir a um programa de tratamento ou não visualizar que seu excesso de peso possa ser maléfico, mas ainda assim elas não engordaram porque simplesmente queriam.

A pandemia e a obesidade

A Covid-19 deveria ter sido um marco de conscientização da obesidade, não falo no indivíduo e sim na sociedade: a oportunidade perfeita para que profissionais de saúde principalmente percebam a obesidade como a doença que merece ser tratada e levada a sério e não apenas uma questão estética ou fácil de resolver.  Sonho com o dia que haja o investimento público em ensino, pesquisa, tratamento e estratégias de prevenção à obesidade.

Você em primeiro lugar

Lembre-se: o que você come, o seu peso, o seu IMC, nada disso te define. Nem tampouco são medidas do seu valor. Tenha isso sempre em mente!

Somente quando somos capazes de saber quem realmente somos, de reconhecer o nosso valor pessoal e intransferível, de honrar-se e aceitar-se, estamos prontos para começar a trilhar uma jornada de autocuidado e saúde.

Por isso ame-se agora e faça a sua parte!
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