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Será que meu filho está sofrendo buylling na escola?

bullying

bullyingGeralmente iniciado por crianças e adolescentes aparentemente mais seguros de si, que zombam de colegas mais frágeis e tímidos, o bullying escolar é um termo em inglês utilizado para denominar agressões físicas ou psicológicas que ocorrem de um aluno para outro, repetidas vezes e intencionalmente. Cada vez mais notado nas escolas brasileiras por professores e pais de alunos. É um assunto muito delicado e requer atenção.

A Psicóloga Clinica Indiara Martins explica um pouco mais sobre o assunto e também ajuda a alertar os pais sobre essa questão que se faz presente cada vez mais no âmbito escolar.

Segundo ela, o aluno é considerado alvo de bullying quando é exposto, por muito tempo e de forma repetida às ações negativas praticadas por um ou mais alunos. De modo que, situações negativas acontecem quando alguém de forma intencional e repetida causa dano, fere ou incomoda outra pessoa. A maior incidência dos casos supõe-se que seja entre crianças e adolescentes de 11 a 15 anos de idade.

A vítima costuma ser a pessoa mais frágil, com algum traço destoante do “modelo” culturalmente imposto pelos seus pares, traço este que pode ser físico (uso de óculos, obesidade, alguma deficiência, muitas espinhas), emocional (timidez, introversão) ou relacionada a outros aspectos culturais, étnicos ou religiosos.

 A criança vitimada pode estar em desvantagem numérica, estar em um grupo e ser a mais nova, a menos forte, ou simplesmente ser menos autoconfiante. A criança ou crianças exploram essa oportunidade para infligir dano, obtendo gratificação psicológica no seu grupo de pares. O agredido costuma ser uma pessoa que não dispõe de habilidades físicas e emocionais para reagir, tem um forte sentimento de insegurança e um retraimento social capaz de impedi-lo de procurar ajuda.

Os autores das agressões muitas vezes são pessoas que não se importam com os outros e são incapazes de perceber a situação do outro, geralmente são muito populares, e são oriundos de famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre pais e filhos é muito pobre ou inexistente, oferecendo o comportamento agressivo ou explosivo como modelo na solução de conflitos. O que, em tese, aumenta a probabilidade desses jovens se tornarem adultos antissociais e violentos. “O agressor é uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em dialogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, se sente satisfeito com a reação do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vitima”.  Explica a Psicóloga Clinica Indiara Martins.

>>Veja também: O desenvolvimento da linguagem e o acesso a tecnologias

Segundo ela a família assume um papel fundamental no controle do comportamento do filho, já que ela é a base educacional. Muitas vezes, a ideia de violência só existe porque dentro da própria casa a criança depara-se com agressões verbais e físicas entre pais e entre pais e filhos, acentuada pela ausência de afetividade familiar e inexistência de diálogo. Além disso, a falta de controle e limites em pequenas situações diárias (desde os primeiros anos de vida) e pais que são extremamente punitivos contribuem para a inversão de valores na compreensão das crianças. Outra atitude tomada pelos pais que influência no comportamento dos filhos é a superproteção, que retira a autonomia da criança para lidar com as situações adversas que encontra no ambiente escolar.

Os sinais dados pelos envolvidos com o bullying são vários, principalmente entre as vítimas da agressão. Veja abaixo uma série de sintomas que podem ser notados e descubra como agir para evitar que as proporções do problema aumentem.

Crianças que são alvos de bullying começam a evitar a escola e inventam desculpas para não ir, podem dizer que não estão se sentindo bem, por exemplo.

Costumam evitar situações sociais e fogem de qualquer outro acontecimento escolar que não seja obrigatória.

Contam os dias que faltam para as aulas terminarem.

Se ele sofre na escola, pode colocar todo o sofrimento para fora em casa, se mostrando extremamente irritado com os pais e irmãos.

Pede para trocar de escola constantemente.

Apresenta um rendimento escolar mais baixo do que o observado anteriormente.

É importante que os pais percebam as atitudes dos filhos e entendam pelo o que ele está passando, confira algumas dicas de o que fazer  e como agir diante dessa fase do seu filho.

MANTENHA A CALMA
Claro que não é fácil ficar calmo enquanto seu filho está sofrendo na escola, mas é necessário. Alterar-se não vai ajudar a criança, aliás, isso pode afetá-la mais ainda. Ela vai perceber que o que ela disse fez os pais sofrerem e não vai querer contar mais nada. O importante é que você mostre que você está preocupado com a saúde e integridade do seu filho. Além disso, se você se manter sob controle, você pensará em maneiras mais inteligentes de ajudá-lo.

SEJA COMPREENSIVO
Bullying não é 8 ou 80. Seria ótimo se houvesse alguém 100% vilão e vítima. Não se pode ter certeza sempre dos comportamentos do seu filho e nem do agressor. E muitas vezes seu filho pode ser mal interpretado. Tolerância zero, por isso, não é a melhor saída. É importante entender que o agressor também tem problemas, porque se não tivesse, não agiria desta forma. Portanto, uma intervenção mais sutil pode ser a melhor saída. Nada do que foi dito aqui tem a intenção de culpar a vítima e desculpar o vilão. É importante que o pai entenda bem as agressões e o próprio bullying antes de tomar ações mais drásticas.

ESCUTE-O
Para que você entenda melhor o que acontece com seu filho, seja aquele que escuta mais do que fala. Que atitudes ele quer que você tome? Como o bullying o afeta? Por que ele acha que está sendo vítima de bullying? Quanto mais a criança falar, mais ela vai entender pelo o que está passando e, mais tarde, saberá se defender melhor.

CONSIDERE ALTERNATIVAS
Neste caso, é importante que você tenha boas relações com professores, orientadores e outros trabalhadores na escola. Faça contatos com eles para resolver o problema de uma forma colaborativa. Saiba a partir deles como eles veem o bullying pelo qual seu filho está passando. Eles são terceiros e dirão a verdade. Desta forma, você poderá pensar melhor em formas de ajudar seu filho.

COLOQUE-O NO COMANDO
Não estamos mais na época em que a criança tinha que resolver o bullying por conta própria. No entanto, é importante deixar que ela tente resolver o problema. Ela crescerá com isso. Não é saudável que seu filho seja visto pelos colegas – e por ele mesmo – como vulnerável quando longe de um adulto. Transforme esta experiência numa forma de seu filho aprender a se defender. Trabalhe com professores e psicólogos uma forma de resposta por parte da criança ao bullying.

Se uma criança está sofrendo ou praticando bullying, é preciso reportar o assunto à escola para tratar o caso de uma maneira ampla – pais, alvo, agressor e orientadores pedagógicos. É importante que a escola não admita este tipo de comportamento e o trate como um assunto sério.