Não tão comum, mas ainda existente, é a declaração de quando alguém se refere a uma adolescente com generosas formas, e questiona-se: será que ela não tem tireoide?
A verdade é que a disfunção da tireoide pode manifestar-se em qualquer idade, sendo fundamental seu pleno funcionamento nas questões do crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, bem como agindo nas funções de órgãos de vital importância, como o coração, fígado, rins e cérebro. Ainda exercendo interferência na regulação do ciclo menstrual, fertilidade, peso, memória, concentração, humor e no controle emocional. Portanto, para a garantia de equilíbrio e harmonia de nosso organismo o bom mesmo é que a tireoide esteja bem e em pleno funcionamento.
Talvez, por conhecimento empírico, muitas afirmações dão-se geralmente em conversas informais, mas o que realmente interessa é que a tireoide, em primeiro lugar, não é uma doença, mas sim uma glândula presente em todos nós e que, dependendo do organismo, pode apresentar algumas características que acarretam em patologias. A idade é outro mito a ser esclarecido, pois os problemas relacionados à glândula geralmente se apresentam 10% em mulheres até os 40 anos e 20% em mulheres com mais de 60 anos.
“Tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), que fica localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto).”
A tireoide, como glândula produtora de hormônios, mostra sua disfunção justamente com a desajustada produção dos mesmos sendo para mais ou para menos. A elevada produção é chamada de hipertireoidismo, tendo como principais sintomas fraqueza muscular, tremores nas mãos, batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), perda de peso importante, mesmo alimentando-se de forma normal, irritabilidade, ansiedade e insônia. Quando o hormônio é produzido em pouca quantidade denomina-se a deficiência de hipotireoidismo e seus principais sintomas são: intolerância ao frio, sonolência, constipação, inchaço nas pálpebras, diminuição no apetite, ganho de peso e depressão.
Não existem sinais específicos das doenças da tireoide, estes podem ser confundidos, pela sintomática, com outras doenças ou mesmo com o estresse.
Portanto, do ponto de vista clínico, a Dra. Juliana de Almeida, médica endocrinologista, alerta que “é preciso ter um cuidado maior no que se refere a ingestão de sal. Já que, este é iodado e o excesso de iodo pode piorar um distúrbio tireoidiano. Os alimentos com isoflavonas, como repolho, nabo e couve, devem ser consumidos com moderação, por haver estudos que mostram um discreto aumento de bócio, que é o crescimento da glândula, ocasionando por vezes a sua disfunção”.
No caso do hipo e hipertireoidismo, não há, do ponto de vista alimentar, segundo Juliana, restrição específica, exceto em situações de exames ou tratamentos especiais. Quando hoje se pensa em expectativa de vida, e, principalmente, quando se almeja alcançar a média superior a de gerações ancestrais, é preciso afirmar a necessidade de desenvolver hábitos e costumes que afluam para este fim. E, dentre estes cuidados a alimentação correta e balanceada é um dos grandes aliados para a melhora da função glandular colaborando assim para o bom funcionamento do organismo como um todo.
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