O remo olímpico é um dos esportes mais antigos do mundo, foram os imigrantes alemães do Rio Grande do Sul e, posteriormente, italianos do Estado de São Paulo que introduziram a modalidade no país, em 1880, antes mesmo do mais praticado no país, o futebol. Alguns dos mais antigos e famosos clubes de futebol do Brasil tiveram sua origem justamente no remo, como o Clube de Regatas do Flamengo e o Clube de Regatas Vasco da Gama.
Débora Leal, psicóloga e atleta da modalidade, buscou no esporte uma nova alternativa para se manter em forma. Adepta da prática de exercícios como andar de bicicleta, jogar futsal e frequentar academia, sentindo a necessidade de fazer algo que a impulsionasse e motivasse mais, encontrou no remo a concretização de seu desejo. A atleta conta que, “por vezes, eu pagava alguns meses adiantados à academia e não conseguia manter a presença regular nas atividades, e, em outros momentos, tinha que fazer um esforço psicológico e ser totalmente racional”.
Débora, moradora da Capital do Estado, pesquisou na internet e encontrou poucos clubes e escolas onde poderia praticar a modalidade. Até que se encontrou na equipe do Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre. Com o início das aulas, veio a disposição, o aumento da motivação e o sentimento de ter descoberto o lugar certo para promover a sua saúde. Ela enfatiza que “estar em meio à natureza me transmite uma imensa serenidade, contemplação e respeito com a vida. Praticar o remo tornou-se uma necessidade cotidiana e isto me faz mais feliz, me motiva na realização de todas as atividades do meu dia a dia”.
O esporte, além de trabalhar todos os grupamentos musculares e beneficiar os sistemas cardiorrespiratório e cardiovascular, possui o benefício de estar em contato com a natureza, o que resulta em alívio do estresse gerando, assim, qualidade de vida. Afora isso, o aumento da massa muscular ocorre com um baixo risco de lesões, já que não é um esporte de impacto. Ao contrário do que se pensa, o remo fortalece além dos braços, as pernas, glúteos, costas e abdômen sendo coadjuvante na melhora da postura.
No remo, igualmente a qualquer outro esporte, para conseguir o alto rendimento é preciso determinação e disciplina. No clube, quem quer atingir um forte rendimento deve intensificar musculação. Três vezes na semana ou mais, realizam-se os treinos remando, seja nos barcos ou na máquina remoergometro, são exercícios sistemáticos e com alta intensidade, coletivos ou individuais, mas sempre com metas e acompanhamento do rendimento.
Ademais, ele é um esporte completo, que exige velocidade, força, resistência e esforço, podendo ser praticado por qualquer faixa etária. “Temos um colega na equipe com 86 anos, ele possibilita um bem-estar físico geral, queimando muitas calorias, proporcionando um alto desenvolvimento muscular e cardiovascular e aprimorando a flexibilidade e coordenação motora” comenta.
A atleta, após passar a treinar na modalidade, percebeu um pleno equilíbrio físico e mental, adquirindo uma maior consciência corporal, nutrindo-o de forma mais adequada, com alimentação regrada e balanceando os alimentos. “O meu café da manhã é reforçado, porém, nos dias que treino às 6 horas da manhã somente como uma banana e um iogurte antes” comenta. Logo após, toma whey protein e um carboidrato que ajuda a evitar a perda de massa muscular magra.
Não basta apenas fazer uma atividade física por fazer, é necessário buscar aquilo que faz bem, que complete o equilíbrio físico e mental, proporcionando mais disposição para realizar as tarefas do cotidiano.
A equipe do Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre, o chamado “GPA”, é o clube de remo mais antigo do Brasil. Além de formar campeões, o GPA tem a cultura do esporte como fonte de saúde, amizade, lazer e cidadania. Como o projeto “Estrela-Guia” que envolve um trabalho desportivo e lúdico com grupos de adolescentes que residem nos bairros do entorno. O clube acredita que o remo e a canoagem – esportes ali praticados – de uma maneira muito especial, são bastante eficazes na formação de indivíduos fisicamente sadios e socialmente integrados, promovendo o desenvolvimento da solidariedade, da sociabilidade e da consciência ecológica.
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