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ABA: Ciência ou adestramento? A Oitava Dimensão responde

Um olhar mais atento à ciência por trás da ABA e às recentes evoluções, como a proposta de uma oitava dimensão centrada na compaixão.

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A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) frequentemente enfrenta críticas de ser uma prática rígida, por vezes confundida com “adestramento”. No entanto, um olhar mais atento à ciência por trás da ABA e às recentes evoluções, como a proposta de uma oitava dimensão centrada na compaixão, mostra que essa visão é injusta e completamente desinformada.

Desde sua concepção na década de 1960, a ABA tem como objetivo principal promover mudanças comportamentais significativas para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e suas famílias. Porém, à medida que o campo cresceu, surgiram críticas e desafios, como a percepção de que algumas práticas poderiam ser desumanizadas ou desconectadas das necessidades reais dos pacientes.

O artigo “A Oitava Dimensão da Análise do Comportamento Aplicada” traz uma proposta revolucionária: formalizar a compaixão como um princípio central da ABA. Essa dimensão reforça que a prática não se limita à aplicação de técnicas, mas sim à construção de intervenções colaborativas e éticas ajustadas às necessidades e perspectivas dos pacientes. A compaixão vai além do conceito de validade social, colocando o bem-estar e os objetivos dos indivíduos no centro de cada plano de intervenção.

Ciência, compaixão e transformação humana

Criticar a ABA como “adestramento” ignora sua essência científica e a evolução constante de suas práticas, além de expor a total falta de conhecimento no tema por parte de quem usa o termo. Por exemplo, o foco na individualização das intervenções, o respeito às escolhas dos pacientes e suas famílias e a busca pela inclusão em contextos naturais são pilares que afastam a ABA de qualquer abordagem mecânica. A dimensão da compaixão reforça ainda mais esses valores, lembrando os profissionais que a ABA não é apenas sobre “como” mudar comportamentos, mas “por quê” e “para quem”.

Sendo assim, dizer que a ABA é adestramento é desconsiderar décadas de ciência e dedicação de profissionais comprometidos em melhorar vidas. Ao incorporar a compaixão como uma dimensão formal, a ABA reafirma seu compromisso com a empatia, o respeito e a autonomia, provando ser, acima de tudo, uma ciência de transformação humana.

A pergunta que devemos nos fazer não é se a ABA é ou não eficaz, porque quanto a isso não restam dúvidas, mas como podemos continuar com sua evolução para atender às demandas éticas e humanas da sociedade contemporânea. A oitava dimensão já aponta o caminho: ciência e empatia podem e devem caminhar juntas!

Renata Casali
Supervisora ABA exclusiva do SABERES
Doutoranda em Medicina Translacional na Universidade Federal de São Paulo, Mestre em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação, Especialista em ABA para TEA, Neuropsicopedagoga clínica, farmacêutica (UFSM) com ênfase em Psicofarmacologia (USP), Professora da Pós-graduação em ABA para TEA na Censupeg.

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