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Medicina Vitale

Incontinência urinária! O que é? Como tratar?

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“A incontinência urinária é qualquer perda involuntária de urina” (International Continence Society). Trata-se de uma condição que têm impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos. Estima-se que 50% das mulheres e 13% dos homens entre 20 a 80 anos, em todo o mundo, apresentam algum tipo de incontinência urinária.

Classifica-se a incontinência com base nos sinais e sintomas que o paciente apresenta, podendo ser: Incontinência urinária de esforço: é caracterizada pela perda involuntária de urina durante qualquer esforço físico, por exemplo: levantar peso, rir, tossir, espirrar, ou na realização de atividades físicas. É o tipo mais comum de incontinência.

Incontinência urinária de urgência: a perda de urina é antecedida por uma vontade súbita e forte de urinar, não sendo possível adiar a ida ao banheiro.

Incontinência urinária mista: quando os sintomas da incontinência urinária de esforço somam-se aos da incontinência urinária de urgência. Perder “xixi” não é normal enquanto criança, quando adulto e nem mesmo quando idoso. Procure a fisioterapia pélvica. Para nos tirar algumas dúvidas, conversamos com a fisioterapeuta Maira Giaretta, confira:

RV: Como a fisioterapia pélvica auxilia no tratamento da incontinência urinária? E quais recursos são utilizados? Maira: Atualmente a fisioterapia pélvica é a primeira linha de tratamento para incontinência urinária. O principal objetivo é o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico que desempenham a função de sustentar os órgãos pélvicos e de garantir continência (habilidade de segurar a urina até estar em local adequado para urinar).

A base de todo tratamento é a avaliação, cuja finalidade é identificar o tipo de incontinência, o histórico obstétrico e/ou cirúrgico de cada paciente, a condição dos músculos do assoalho pélvico, dentre outras informações importantes para traçar o plano de tratamento individualizado. Eu, particularmente, dedico um tempo para apresentar e explicar a função do assoalho pélvico e do sistema urinário a cada paciente. Acredito que quanto mais informação, maior o comprometimento do paciente com o tratamento. De maneira geral o tratamento envolve exercícios de propriocepção (reconhecimento da região pélvica); fortalecimento, resistência e relaxamento muscular, coordenação e orientações para manter hábitos miccionais saudáveis.

A fisioterapia pélvica utiliza alguns recursos para otimizar o tratamento. A indicação destes vai depender da fase do tratamento e da evolução de cada paciente. São eles:

Eletroestimulação: é o uso de corrente elétrica de baixa intensidade com objetivo de provocar uma contração muscular involuntária. Este recurso é muito utilizado no início do tratamento, quando o paciente apresenta fraqueza ou dificuldade de realizar uma contração muscular satisfatória.

Biofeedback: aparelho que monitora a contração muscular no momento em que está sendo realizada. Com ele o paciente acompanha como o músculo está respondendo aos estímulos, durante os exercícios. É possível aplicar protocolos de treinamento com base no objetivo de cada exercício (força, resistência, coordenação) e ao longo das sessões é possível comparar os resultados.

>>Leia também: Sexo e infecção urinária, saiba mais!

Cones vaginais: acessório utilizado para o fortalecimento muscular. Trata-se de um cone com cargas variáveis (geralmente de 20g a 70g) que são introduzidos no canal vaginal para impor uma resistência ao músculo durante os exercícios. Cada paciente utiliza seu cone.

RV: Qual a duração do tratamento? Maira: Não é possível prever exatamente o tempo necessário para concluir o tratamento. O tempo de tratamento é dependente, principalmente, da severidade da perda de urina, do tempo de resposta aos exercícios de cada indivíduo e do comprometimento do paciente para a realização dos exercícios que são orientados para serem feitos a domicílio,

A indicação é de que, num primeiro momento, sejam feitas 2 a 3 sessões de fisioterapia por semana. Conforme os resultados vão surgindo, é possível reduzir para 1 vez na semana, desde que o paciente se comprometa a realizar os exercícios propostos em casa. Geralmente o tratamento tem duração mínima de 3 meses; que é o tempo necessário para que o músculo se adapte aos exercícios, garantindo resultados duradouros.

ATENÇÃO: Quando o paciente receber “alta” da fisioterapia, é extremamente importante que continue realizando exercícios para os músculos do assoalho pélvico, em casa, ao menos 3 vezes por semana, para garantir os resultados a longo prazo.

RV: Quais os cuidados gerais que se deve ter para prevenir a incontinência urinária? Maira: Infelizmente as mulheres são mais acometidas pela incontinência urinária do que os homens. Porém, não há um acontecimento único que seja a causa desse problema. Ao longo da vida, diversos fatores fazem com que a musculatura do assoalho pélvico enfraqueça: a gestação, o parto, a menopausa e o próprio processo de envelhecimento. Prevenir é sempre o melhor remédio. Eu diria que toda mulher com vida sexual ativa deveria realizar uma avaliação do assoalho pélvico para conhecer estas estruturas e aprender a exercitar estes músculos. Durante a gestação também é importantíssimo o acompanhamento do fisioterapeuta pélvico para garantir que a musculatura seja fortalecida afim de sustentar o peso extra que é projetado sobre ela, por 9 meses. O pré-parto também é realizado pelo fisioterapeuta, com o objetivo de minimizar lesões nas estruturas pélvicas durante o trabalho de parto.  Além disso é importante manter uma vida saudável: praticar atividade física, manter-se no peso ideal (a obesidade está relacionada diretamente com a incontinência urinária), e ingerir líquidos adequadamente (para evitar infecções urinárias). O homem pode ser acometido pela incontinência urinária após uma intervenção cirúrgica da próstata. Neste caso, a fisioterapia pélvica tem forte indicação para a resolução deste problema. Se você apresenta perda de urina procure seu fisioterapeuta pélvico. Quanto antes iniciar o tratamento, melhor e mais rápido serão os resultados.

Maira Giaretta – Fisioterapeuta CREFITO 209.956-F –  INTIMITÀ Fisioterapia Pélvica