fbpx
Medicina Vitale

Saiba como funciona nosso sistema locomotor

Você sabia que nos movemos graças ao nosso sistema locomotor? Veja como ele funciona e conheça as principais reações do nosso corpo

Ossos, articulações e músculos compõem o sistema locomotor.

Vamos falar de dois sistema que compões o sistema locomotor: o muscular e o esquelético. São sistemas fundamentas para a locomoção, alimentação e para viver.

Sistema locomotor – a marcha

Marcha é como cientificamente é chamada a locomoção humana. Que por sua vez compreende o sistema locomotor. Uma tarefa motora que envolve um padrão complexo de contrações musculares em diversos segmentos do corpo. Mais precisamente, a marcha pode ser vista como o deslocamento do centro de gravidade do corpo através do espaço com o menor consumo de energia possível.

 

hidroginástica terceira idade

Terceira idade ativa, como se manter saudável

Descubra com quantos anos iniciam os sinais do envelhecimento e como viver mais e melhor na terceira idade de forma ativa


 

Segundo a fisioterapeuta Kalina Keller, para que a marcha possa ser realizada dentro dos padrões considerados normais, é necessário que quatro critérios estejam em harmonia. Como por exemplo, a integridade músculo esquelética, o controle neurológico, o equilíbrio e a locomoção. Pertencentes ao sistema locomotor.

A integridade músculo esquelética, explica Kalina, é todo o sistema que inclui ossos, músculos e articulações. E sendo assim, devem estar em perfeito estado físico e integrados entre si.

“Quando temos algum desgaste nas articulações de quadril, joelho e tornozelo, ou alguma contratura muscular, ruptura de ligamento, etc, isso nos impede uma marcha perfeita, ou seja, nos causa dificuldade ao caminhar”.

Já o controle neurológico é quando o comando cerebral e a resposta muscular estão em sintonia e sem nenhuma condição patológica. Assim como a propriocepção* do indivíduo e os estímulos visuais, vestibulares, auditivos, sensitivos e motores. Portanto, significa que a nossa capacidade de caminhar é comandada pelo cérebro e pela ativação que ele promove nos nossos músculos.

“Por exemplo, quando temos um AVC, temos uma lesão no cérebro que impossibilita que ele faça a ativação dos músculos no lado oposto ao da lesão e isso provoca que a pessoa tenha dificuldade ou até impossibilidade de caminhar”, explica.

O equilíbrio é capacidade de o indivíduo assumir e manter ortostatismo*, ou seja, de ficar em pé sem cair. E, a locomoção é a capacidade de iniciar e manter um movimento.

Por que em situações de risco nosso corpo demonstra mais força?

A resposta, explica Kalina, está na chamada reação de luta e fuga. Segundo ela, na presença de estímulos ameaçadores, sendo eles reais ou mesmo imaginários, há ativação do sistema nervoso autônomo. Mais precisamente o sistema nervoso simpático. O responsável pela liberação de substâncias importantes para que o organismo escolha entre a luta ou a fuga do estímulo ameaçador.

Ou seja, essa resposta de estresse, aparentemente ruim e temida pelas pessoas, é responsável pela manutenção da vida. Sendo extremamente essencial ao nosso organismo. Segundo Kalina, graças ao medo, ao estado de atenção, pelo contrário que se imagina, evitamos várias situações que colocariam nossa vida em risco.

“Todo estímulo ameaçador é captado por uma área de nosso cérebro responsável pelas respostas emocionais”, diz.

As principais reações de nosso corpo observadas são:

– Aumento da secreção de adrenalina;

– Aumento da atividade cerebral;

– Aumento da concentração de glicose no sangue. Fazendo com que a energia disponível para todas as células do corpo tenha um acréscimo;

– Aumento da atividade do músculo miocárdio (atividade cardíaca), vasodilatação das coronárias e vasoconstrição dos vasos sanguíneos periféricos, aumentando dessa forma a circulação e a pressão sanguínea;

– Aumento do aporte de energia para os músculos esqueléticos, necessários para correr ou enfrentar o perigo;

– Aumento da atividade das glândulas sudoríparas, causando maior transpiração;

– Redução da atividade peristáltica no intestino grosso. O que aumenta a forma de captação de nutrientes que antes seriam excretados e agora serão essenciais para o fornecimento de energia;

– Dilatação dos brônquios. Para se ter maior captação de oxigênio e melhorando a capacidade respiratória, essencial para a situação de luta e fuga;

– Dilatação da pupila, para captar mais, para que o organismo possa enxergar melhor;

Alterações e o sistema locomotor

Através de todas essas alterações que ocorrem no nosso organismo é que em situações de estresse e de medo, conseguimos correr mais rápido que o normal. Pois temos mais fôlego e mais força que o normal.

“Nosso corpo é muito inteligente, sabe exatamente o que precisamos em cada momento e nos protege. Desta forma, sempre temos que buscar conhecê-lo, entendê-lo. E assim poder cuidar melhor de quem instintivamente já nos protege! Só conhecendo o nosso corpo é que somos capazes de, realmente, nos cuidar”, finaliza Kalina.

*O ortostatismo corresponde ao trabalho de, gradativamente, levar uma pessoa a ficar na posição vertical, ou seja, em pé. A elevação deve ser gradativa, para que o corpo de uma pessoa se adapte a esta nova posição. Evitando que sua pressão arterial caia e provoque tonturas e/ou náuseas, chegando até a um desmaio. Seus benefícios envolvem tanto a parte psicológica como a física.

*Propriocepção ou cinestesia é o termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural  e a realização de diversas atividades práticas.