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Medicina

Exame pode detectar câncer de mama até 5 anos antes dos sintomas

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Infelizmente vamos começar este texto com uma notícia nada boa, o câncer de mama cresce tanto nos índices de casos como nos de óbitos. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer, a neoplasia mais incidente no país é a de mama, independentemente do sexo. Além disso, em 2019, o tumor na mama, dentre todas as neoplasias, foi a segunda causa de óbito mais frequente, a responsável por mais de 18 mil mortes no ano (SIM-DATASUS, 2020).

Sim, os dados são alarmantes e causam um sentimento claustrofóbico de que ainda não há nada que podemos fazer. A impressão é essa, mas viemos falar um pouco sobre o que já podemos fazer e como ainda poderemos agir diante dessa doença tão perversa.

Nesse contexto, existe um fato inegociável a respeito do câncer que deve guiar toda e qualquer informação sobre o assunto: é melhor prevenir do que remediar. Todos os melhores desfechos de tratamento e qualidade de vida estão fortemente associados ao diagnóstico precoce. Conversamos com a oncologista Carla Gardani – Cremers 26.064, e ela explica tudo sobre um estudo revolucionário da universidade de Nottingham com o objetivo de desenvolver o exame de sangue para detectar o tumor até 5 anos antes dos sintomas. Além disso, Carla dará dicas de como agir enquanto o exame não chega.

Como o câncer pode ser detectado precocemente pelo sangue? 

Estudos que já demonstraram resultados animadores neste sentido, pesquisadores da Universidade de Nottingham estão aproveitando a resposta imune natural do corpo para detectar o câncer de mama antes das mamografias. Mas como isso é possível?

Carla esclarece:

“Para entendermos o mecanismo de funcionamento deste teste de detecção precoce, devemos falar de imunidade tumoral, de uma forma bem simples, nas fases pré-clínicas dos tumores, ou seja, antes dos sinais e sintomas surgirem, as células tumores já estão presentes no organismo; e tais células liberam fragmentos de suas membranas que são chamados de ANTÍGENOS TUMORAIS. Estes antígenos através do estímulo ao sistema imune acarretam a produção de ANTICORPOS TUMORAIS, que tentam impedir o crescimento das células tumorais. Tais testes sanguíneos para detecção precoce baseiam-se justamente na análise da presença desses anticorpos no sangue do paciente.”, explica a Médica.

Segundo Carla, o uso em larga escala deste teste permitiria o diagnóstico na fase pré-clínica da doença, onde os tumores ainda não provocam sintomas e nem são vistos em exames de imagem. As chances de cura aumentariam drasticamente e a mortalidade por câncer reduziria. 

Infelizmente, as análises ainda são incipientes. “Serão necessárias pesquisas em maior escala para que isso realmente represente um avanço significativo no diagnóstico precoce. E ainda mais estudo antes do teste estar acessível à população de uma forma geral. Contudo, acredita-se que no futuro próximo, caso os resultados promissores sejam replicados em amostras maiores, o câncer poderá finalmente ser tratado de maneira precoce e quase livre de riscos”, afirma Carla. 

Enquanto o exame não chega, como posso me cuidar? 

A oncologista ressalta que todas as mulheres em idade reprodutiva devem ser avaliadas por profissional da saúde capacitado para a realização do exame de mamas. Em relação a Mamografia, mulheres com histórico de Câncer de Mama na família devem iniciar o rastreamento a partir dos 40 anos, associado à ecografia mamária. Já para as mulheres sem histórico familiar de Câncer de Mama, a mamografia é indicada após os 50 anos e a ecografia mamária pode não ser necessária. Tais exames devem ser realizados anualmente. 

Os principais fatores de risco que as mulheres devem se atentar são os seguintes: menarca precoce (início da menstruação antes dos 12 anos), menopausa tardia (última menstruação após os 55 anos), nuliparidade, obesidade, sedentarismo, dieta rica em gorduras, além da história familiar positiva para câncer de mama. 

Toda paciente que teve o diagnóstico de câncer de mama após o tratamento oncológico, deve ser acompanhada por 5 anos por um oncologista clínico, a fim de detectar qualquer sinal suspeito de retorno da doença. Quanto mais precoce o diagnóstico, menos agressivo será o tratamento e maiores serão as chances de cura.

Mas e o autoexame?

Carla adverte: “O autoexame vem sendo desencorajado pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pois as mulheres em sua grande maioria não estão capacitadas para a detecção de uma lesão suspeita”.

Diante disso, é possível ter câncer de mama mesmo sem sentir nada no toque. Assim como é possível sentir algo no toque que não seja um tumor. Por isso, o recomendado é consultar um profissional com frequência.

E aí, está pronta pra se cuidar? Você já pode agir diante das complicações da neoplasia na mama através de todos esses métodos de prevenção. E em breve, se a ciência permitir, o tratamento do câncer de mama será facilitado. Assim, estaremos cada vez mais perto de um mundo onde os tumores possam ser tratados com leveza e tranquilidade.

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