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Sabemos que com o avançar da idade, nosso corpo acumula pequenas perdas e dificuldades na sua função, seja muscular, de visão, cerebral e de audição. A perda de audição causada pela idade – que na medicina é chamada de presbiacusia – é um processo degenerativo inevitável que acontece com o envelhecimento natural, devido a diminuição de células auditivas ao longo dos anos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um terço das pessoas acima de 65 anos têm algum grau de perda auditiva, e partir dos 75 pelo menos metade das pessoas sofre com esse problema.
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A perda auditiva é uma condição que não vem sozinha. São vários riscos acarretados quando a pessoa permanece sem o tratamento adequado. Por exemplo, há uma chance três vezes maior de sofrer quedas, sofrer qualquer acidente de trânsito devido à falta de percepção dos sinais sonoros e aumento da possibilidade de sofrer de demência e depressão.
Complicações da perda auditiva
Uma pesquisa recente, publicada na revista The Lancet Public Health, descobriu que pessoas entre 40 e 69 anos têm uma probabilidade 42% maior de desenvolver degeneração neurocognitiva, caso tenham perda auditiva e não façam uso de aparelho. Ao mesmo tempo, entre os que tinham perda parcial e utilizavam a prótese, não foi encontrado aumento.
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A associação precisa entre os dois fatores não é conclusiva. Porém, há algumas hipóteses:
- A primeira é que a perda auditiva leva à privação sensorial, gerando mudanças estruturais em regiões cerebrais como o hipocampo, crucial na memória e na aprendizagem. Essas alterações podem reduzir a reserva cognitiva e, consequentemente, aumentar o risco de demência.
Segundo o estudo, essa chance maior de desenvolver demência também pode estar relacionado ao fato de que a perda auditiva pode fazer com que as pessoas se tornarem mais isoladas socialmente, uma vez que o envolvimento em conversas se torna mais difícil. O isolamento social está relacionado a um problema maior de condições médicas graves e inclusive a morte, como constatado por diversas outras pesquisas publicadas.
Indispensabilidade do uso de aparelhos auditivos
O uso de aparelhos auditivos pode ajudar a reverter e minimizar os perigos citamos acima, uma vez que permitem às pessoas com perda auditiva voltarem a se comunicar melhor e se manterem socialmente conectadas, independentemente da idade e nível de perda auditiva, além de estimular continuamente a manutenção de conexões cerebrais saudáveis.
Para evitar esse quadro de demência em idosos devido à perda auditiva, alguns cuidados por parte da família devem ser levados em conta, como identificar o quanto antes a perda da audição e em seguida encaminhar para o tratamento adequado.
Os primeiros sinais
Entre os primeiros sinais e sintomas estão a dificuldade de compreensão de fala em ambientes ruidosos, pedir para repetir o que lhe foi falado, televisão em volume alto, queixas de zumbido e tontura.
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É importante que a família seja gentil durante esse processo e entenda que no começo o uso de aparelhos auditivos precisa de paciência para adaptação, sendo necessário o apoio, suporte e incentivo familiar para o sucesso do tratamento.
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