Maria Elizabeth Correa Campos, 2005, 56 anos diagnóstico: câncer de mama maligno.
Maria Elizabeth Correa Campos, 2014, 63 anos diagnóstico: curada.
Quando o câncer surge na vida de uma pessoa, começa uma longa e sofrida jornada com muitas batalhas onde é preciso ter determinação, já que faz parte do tratamento combatê-lo com fibra e coragem. Alimentar o cérebro com otimismo e fé é sempre uma boa saída para suportar o longo caminho.
A palavra câncer carrega em si uma carga de negatividade descomunal. Logo que a ouvimos, na maioria das vezes, a sonoridade nos liga automaticamente à tragédia. Mas também é algo que, devido aos avanços da medicina, não precisa mais permear as nossas mentes com tamanha firmeza. Muitos conseguem vencê-la e retomam as suas vidas, o que torna o câncer algo não tão invencível como já o foi.
São perceptíveis as mais variadas formas de postura perante a confirmação da doença, alguns se entregam diante do medo, da derrota, da morosidade do tratamento, dos esforços físico e mental que devem dispor para enfrentar a enfermidade. No entanto, em contrapartida, algumas pessoas seguem o raciocínio certo: mantêm-se firmes e, mesmo que se enfraqueçam emocionalmente em alguns momentos, os pensamentos voltados no amor pela família, em querer acompanhar o crescimento dos netos, filhos, são eficazes, e não deixam que os sentimentos ruins se estabeleçam dentro de si.
A história desta cruzaltense guerreira chama a atenção por dois motivos. Primeiro, porque a doença surgiu por acúmulo de sentimentos tristes. Maria Elisabeth perdeu a filha que era seu braço direito e não conseguiu segurar a dor, o sofrimento foi tão intenso que contribuiu para o surgimento de dores no braço esquerdo e, em seguida, um caroço na mama esquerda. Ao não suportar mais as dores, recorreu a sua médica, que, em 3 dias, lhe deu o diagnóstico: câncer maligno na mama esquerda.
Marcada a cirurgia, na hora de retirar o caroço, uma surpresa nada agradável, surgiram vários outros, chegando a um total de 16. Segue a cirurgia, realizada com sucesso, começam as quimioterapias, 21 seções. O segundo motivo surge em meio às vinte e uma quimioterapias. Beth sempre contou com o apoio de seu marido, um homem forte, de boa saúde, mas que foi acometido por um aneurisma fatal. Mais uma vez a dor da morte fez morada no coração frágil da nossa guerreira.
Tirando forças da sua fé pela cura, ela seguiu sua jornada. Após a morte de seu marido, as sessões de quimioterapia seguiram e a guerreira continuou na batalha, alternando dias em que passava bem e dias passando muito mal devido aos efeitos colaterais do tratamento.
Desde a cirurgia Beth contou com a ajuda especial da LFCC – Liga Feminina de Combate ao Câncer de Cruz Alta. Recebeu todo o apoio possível, desde financeiro a psicológico, e, de paciente se tornou a voluntária da Liga. “Agradeço a Deus por ter forças e ter encontrado forças em pessoas maravilhosas, enquanto puder estarei aqui na Liga ajudando, trabalhando voluntariamente, para que outras pessoas que passaram pelo que eu passei tenham apoio”, conclui Beth.
CONHEÇA MAIS SOBRE A LIGA FEMININA DE COMBATE AO CÂNCER DE CRUZ ALTA:
A LFCC foi fundada no dia 30 de abril de 1954 em Porto Alegre. Em 1956, o núcleo de Cruz Alta teve como fundadora Dona Otilinha Molz Westphalen, portanto, são 57 anos do voluntariado na cidade. Realizando um trabalho de solidariedade humana, fundamental para amenizar a dor das pessoas carentes e doentes, procurando sempre dar apoio emocional, material e espiritual.
A Liga fornece medicamentos, consultas, pagamentos de exames e encaminhamentos hospitalares. O tratamento de quimioterapia é realizado em Cruz Alta em hospitais da cidade. Quando o paciente necessita de radioterapia é encaminhado para outra cidade. A entidade procura também levar informações, fazendo palestras em escolas, centros comunitários e lugares públicos.
Para receber atendimento da Liga basta fazer o cadastro. Por ser uma entidade filantrópica, sem fontes de renda fixa, que recebe mais de 300 pacientes cadastrados, todos de baixa renda, a LFCC, supera suas necessidades com jantares, chás, brechó, auxílio da comunidade e com participações em eventos promovidos por outras associações. Hoje, a Liga atende cerca de 150 pacientes diretamente que se encontram em tratamento intensivo, entre estes, oito crianças. A sua sede se localiza junto ao Hospital Santa Lúcia sendo presidida atualmente pela Senhora Clarice Silveira Netto.
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